Política Titulo Santo André
Sob assédio, Juliano e
Araújo voltam à Câmara

TRE julgou legal a candidatura de peemedebista de Santo
André; Juliano havia sido enquadrado na Lei da Ficha Limpa

Bruno Coelho
do Diário do Grande ABC
08/02/2013 | 07:51
Compartilhar notícia


Após longa espera em meio ao imbróglio jurídico, o TRE-SP (Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo) deferiu o registro de candidatura de Sargento Juliano (PMDB) por sete votos a zero, garantindo assim a sua posse para o quinto mandato na Câmara. Com a validação dos votos, o correligionário José de Araújo também retorna à Casa devido à recontagem do quociente eleitoral.

Os parlamentares passam agora a ser assediados por governistas e oposicionistas, enquanto o partido assume postura indefinida perante o governo Carlos Grana (PT).

Recordista de votos à vereança com a adesão de 8.551 eleitores, Juliano foi enquadrado na Lei da Ficha Limpa pelo Ministério Público Eleitoral, que buscou impugnação de sua candidatura. A ação ocorreu devido ao período de 13 dias de passagem pela presidência do Legislativo em 2002. Na ocasião, o então chefe do Parlamento, Carlinhos Augusto (PT), autorizou subsídios complementares aos vereadores, como 13º salário e auxílio-paletó. Os benefícios foram considerados ilegais pelo TCE (Tribunal de Contas do Estado), que condenou as contas do Legislativo.

O MP ainda deve recorrer da decisão do TRE e levar o caso para análise do TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Mas, enquanto isso, Juliano, aliviado, se mantém na cadeira. "Se recorrer, vamos ganhar de novo. Não tem problema nenhum. Os juízes estão convictos da minha inocência e que não tenho nada a ver com o caso. Vamos ganhar em Brasília."

Agora, ele e Araújo aguardam o encaminhamento do ofício do TRE para o cartório eleitoral andreense marcar a data de diplomação e, em seguida, assumirem seus postos na Casa.

Presidente do PMDB de Santo André, Nilson Bonome festejou a absolvição de Juliano. Deixando de lado os direcionamentos políticos na última eleição municipal - os três apoiaram o ex-prefeito Aidan Ravin (PTB) no segundo turno -, o mandatário fala que o momento é de dialogar. "Vamos convocar algumas reuniões e ver o direcionamento tanto do bloco governista como do bloco independente."

Articulador político do prefeito Carlos Grana (PT), o secretário de Gabinete, Tiago Nogueira (PT), afirma que manteve contato com os peemedebistas durante todo o impasse jurídico, mas adota discurso de igualdade ao avaliar ampliação da base governista. "Iremos conversar com 21 vereadores. Juliano fez parte da base do nosso governo (de João Avamileno) até 2008. Temos interesse em conversar com ele, assim como ocorre com os demais partidos", tangenciou.

A oposição à administração petista, chamada de G-12 (grupo de uma dúzia de vereadores), também dialoga com os peemedebistas desde o ano passado. Consequentemente, o bloco vê com bons olhos o retorno dos dois, que, entre os remanescentes da legislatura anterior, atuaram juntos na base governista de Aidan. "Espero que nasça o G-14 para reforçar o nosso grupo. Seguiremos conversando com Araújo e Juliano", disse Ailton Lima (PTB).

A bancada oposicionista vem impondo duras derrotas a Grana no Parlamento. Além de perder a chefia do Legislativo para Donizeti Pereira (PV), o PT não conseguiu o controle das comissões de Justiça e Redação, e Finanças e Orçamento. Assim, o Paço pode encontrar dificuldades em obter aval para encaminhar à votação projetos importantes, entre eles a reforma administrativa.

Colaborou Rogério Santos




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;