Presidenciável pelo PSDB, o senador Aécio Neves sinalizou ontem que cortará relações com países como Bolívia, Colômbia e Paraguai caso não haja programa efetivo dos atuais parceiros para coibir a produção de drogas. O tucano fez duras críticas à política externa praticada nos governos Lula e Dilma Rousseff, ambos do PT. “Teremos conversa de nível diferenciado com países que aceitam produção ou matéria-prima de drogas em seu território sem qualquer ação governamental. Chega de fazermos vistas grossas.”

O tucano realizou atividade de campanha ontem em São Paulo, na sede do PSDB, onde recebeu apoio de grupo de mulheres. No local, ele frisou que a produção de drogas na Bolívia, quatro vezes maior do que o total consumido no país, influencia nos índices de criminalidade do Brasil. Para Aécio, se eleito, não haverá financiamento nem parcerias com quem não tiver internamente projeto confiável de combate. “Senão os recursos gastos aqui serão insuficientes para diminuir esse genocídio. Foram 56 mil mortes só no ano passado.”

A oposição condena as gestões petistas por se alinharem na América Latina a regimes autoritários. A ligação de Lula e Dilma com o presidente boliviano, Evo Morales, por exemplo, é alvo de ataques do tucanato, a quem acusam de não respeitar a liberdade de expressão. Aécio afirmou que ele próprio conduzirá processo de mudança de modelo “não para ser gostado pelos vizinhos”. “Mas sim para ser respeitado.”

FEMININO
Em ambiente tomado por mulheres, Aécio sustentou que tem interesse em investir no custeio de creches, com participação da iniciativa privada – hoje o repasse do governo federal se dá para construção. O tucano criticou a promessa de Dilma, em 2010, de entregar 6.000 unidades. “Inaugurou apenas 400 e pouco”, assinalou. “O desvio assumido no esquema (no valor de R$ 10 bilhões delatado pelo ex-diretor de Abastecimento) da Petrobras (Paulo Roberto Costa) daria para construir 2.500.”