Cultura & Lazer Titulo Música
Elba arretada

Cantora lança 31° disco da carreira com temas dançantes
nordestinos; álbum traz xotes, forrós, maracatus e baladas

Thiago Mariano
Do Diário do Grande ABC
05/02/2013 | 07:23
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Aos 61 anos, com "a mesma força e potência de sempre", Elba Ramalho arma a festa com 'Vambora Lá Dançar' (Saladesom Records, preço médio R$ 25), seu 31º trabalho.

O projeto de um CD de "forró bem pancada" é antigo. Boa parte das canções que compõem o disco ficou guardada por mais de dois anos. Durante o período, Elba decidiu comemorar os 30 anos de carreira com uma obra retrospectiva e deixou o arrasta-pé um pouco de lado.

"O disco eu fiz todo com Cezinha (Cézar Thomáz, produtor e acordeonista) e deixei no computador, ficou esquecido. Até o dia em que resolvi ouvir", comenta a cantora.

"A gente queria reinventar o forró, se é possível fazer isso. 'Balaio de Amor' (disco de 2009) era disco de forró simples. Esse está bem irreverente, tem mistura de coisas."

O clima das gravações, conforme ela conta, foi repleto de improvisos, encontro de músicos cheios de disposição de fazer música com paixão e levantar a poeira do chão com o forró comendo solto. "Nos juntamos sem nos perguntar o que queríamos fazer. O resultado ficou muito bom. Era músico tocando sem parar. Quando ouvi de novo, achei muito bom e decidi juntar a parte que achava melhor com algumas coisas novas."

DIVISÃO
Na hora da produção, o trabalho foi dividido. Oito das 14 faixas foram produzidas por Cezinha e o restante por Zé Américo Bastos. Dá para notar a diferença. Bastos traz às canções mais elementos eletrônicos em comparação a Cezinha, cujas faixas produzidas soam mais orgânicas, encorpadas e repletas de nuances instrumentais.

Além da dança, o álbum vem recheado de baladas. "Uni duas coisas: o forró e o meu lado mais dolente. Mas lido muito melhor com a festa. Há espaço na minha alma e no meu coração para todas essas nuances musicais, gosto de tudo", revela Elba.

A primeira balada é 'Quando Fecho os Olhos', de Chico César e Carlos Rennó, com belos arranjos de cordas de Zé Américo e um bom piano para arrematar. A seguinte, 'Por Que Tem que Ser Assim?', tem uma levada gostosa acentuada pelo acordeon de Cezinha, mas a letra não é lá essas coisas. 'Mucuripe', o mais conhecido tema resgatado para o disco, ganhou interpretação visceral e elegante arranjo abolerado que não emocionam. Mais bonito é o xote romântico 'Minha Vida é Te Amar' (Dominguinhos e Nando Cordel).

Mas Elba traz como destaque, mesmo, as composições dançantes. Desde o início do álbum, com o forró roqueiro 'Embolar na Areia' (Hebert Azzul), até a última faixa, com o puríssimo 'Forró Brasileiro' (Cezinha e Fábio Simões), tem canção para dançar do jeito que melhor aprouver.

Dá para arrastar pé com o xote-rock 'Frevo Meio Envergonhado' (Monique Kessous), com forró meio samba, caso de 'Deitar e Rolar', tema de Antonio Barros e Cecéu - mesmo autores de 'Bate Coração' -, que assinam ainda o legítimo 'Tu de Lá, Eu de Cá', que ocupa lugar na tradição forrozeira ao lado de 'Na Rede' (Nando Cordel). Também dá para dançar juntinho com a versão xote de Onde Deus Possa me Ouvir', sucesso de Vander Lee. "Quero fazer festa, uma coisa tão simples, um disco para você ouvir, gostar ou não, mas querer dançar", diz Elba.




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