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Alckmin defende que USP siga à frente do Hospital Universitário

Governador afirma ser ‘complicado’ desvincular equipamento ao Estado; ação é sustentada por reitor para amenizar crise financeira na universidade

Júnior Carvalho
Especial para o Diário
12/09/2014 | 07:23
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Marina Brandão/DGABC


Candidato à reeleição, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), afirmou ontem ser “complicado” desvincular o Hospital Universitário da USP (Universidade de São Paulo). O tucano se comprometeu a defender a manutenção do equipamento sob gerência da universidade após protestos de funcionários do hospital, na manhã de ontem, durante vistoria no prédio do antigo Hospital Panamericano, no Alto de Pinheiros, na Zona Oeste da Capital.

A transferência da administração do Hospital Universitário à Secretaria Estadual de Saúde é alternativa defendida pelo reitor Marco Antonio Zago para estancar a crise financeira que a instituição enfrenta. A reitoria entende que a desvinculação diminuirá os gastos com fornecedores e despesas com folha de pagamento.

A medida não é bem vista por servidores, alunos e docentes do hospital, que temem que a separação afete o andamento das pesquisas financiadas pela universidade e que prejudique a formação dos alunos. A mudança também sugere demissão voluntária para parte dos cerca de 1.800 funcionários do equipamento.

Ao lado do secretário estadual de Saúde, Davi Uip, Alckmin explicou que decisão sobre o desligamento do Hospital Universitário da USP é prerrogativa exclusiva do Conselho Universitário, mas aceitou debater junto à reitoria. “Nós não temos nenhuma posição favorável a isso (desvincular o hospital da USP). O HU deve continuar com a universidade. Essa mudança é complicada porque o regime jurídico dos funcionários da unidade é diferente do regime da administração direta. Não é uma coisa simples”, discorreu o tucano.

A separação do hospital seria votada pelo conselho no mês passado, mas o tema foi retirado de pauta após série de manifestações. A entidade, porém, já aprovou a transferência do Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais. A greve dos funcionários tem acalorado ainda mais a discussão. Comissão formada por alunos, professores e funcionários da USP foi criada para estudar a mudança. O grupo se tem até o dia 2 para se manifestar.

REDE DE TRAUMAS
Com investimento de R$ 37,2 milhões, o futuro hospital de traumas – no local do antigo Panamericano – deverá ficar pronto em um ano, segundo o governo do Estado. Após assinar termo de início das obras, Alckmin destacou que será o primeiro equipamento da rede de traumas e que entregará mais 12 hospitais até o fim de 2018, caso seja reeleito. O prédio estava ocioso desde 2011.




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