Política Titulo Verba federal
Dilma corta 45%
de repasses à região

Em 2012, presidente destinou R$ 562,4 milhões para o
Grande ABC; há dois anos, valor chegou a R$ 1 bilhão

Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
28/01/2013 | 07:06
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A presidente Dilma Rousseff (PT) cortou 45% dos investimentos federais no Grande ABC entre 2011 e 2012. No ano eleitoral, a União destinou R$ 562,4 milhões para as sete cidades. Há dois anos, o valor de transferências voluntárias de recursos endereçados à região foi de R$ 1,025 bilhão.

O município mais agraciado com dinheiro do governo federal foi São Bernardo. A exemplo de 2011, a cidade administrada pelo petista Luiz Marinho capitalizou mais que o dobro do que qualquer outra Prefeitura do Grande ABC. Foram R$ 202,4 milhões despejados nos cofres públicos são-bernardenses - o terceiro maior volume do Estado, atrás apenas de São Paulo (R$ 1,5 bilhão) e Campinas (R$ 343,4 milhões).

Apesar de liderar o ranking de repasses nacionais, Dilma moderou a destinação de verba para a cidade governada pelo aliado. A presidente da República estancou em 51% o dinheiro federal para o município, que em 2011 conquistou R$ 413,5 milhões do Palácio do Planalto (veja quadro completo abaixo).

Embora os números mostrem fechamento na torneira de investimentos da União no Grande ABC, a ministra do Planejamento e Orçamento, Miriam Belchior, afirmou que a orientação de Dilma é "colocar o pé no acelerador". "Estamos trabalhando com a perspectiva de acelerar a execução, pois o País precisa crescer para gerar ainda mais empregos e oportunidades de crescimento à população", disse a integrante da equipe de governo na Esplanada dos Ministérios.

"Não está na nossa expectativa qualquer questão de segurar (investimentos). É pé no acelerador, especialmente de investimento em infraestrutura e nas áreas de Educação, Saúde e combate à pobreza", emendou a petista, que faz parte do trio de ferro da gestão Dilma ao lado de Gleisi Hoffmann (Casa Civil) e Ideli Salvatti (Relações Institucionais).

 

PER CAPITA

A cidade que mais recebeu recursos federais per capita no Grande ABC em 2012 foi Rio Grande da Serra. Cada morador ganhou equivalente a R$ 423,22 em dinheiro da União. O município que era administrado pelo tucano Adler Kiko Teixeira conquistou R$ 18,7 milhões no ano passado.

Ribeirão Pires e São Caetano arrebataram R$ 334,86 e R$ 315,87 per capita, respectivamente. As cidades eram administradas por Clóvis Volpi (PV) e José Auricchio Júnior (PTB).

Em investimento total, Santo André e Diadema aparecem com receitas federais aproximadas. No último ano de mandato, o ex-prefeito andreense Aidan Ravin (PTB) viu chegar R$ 94,5 milhões aos cofres públicos do Paço. Já o ex-chefe do Executivo diademense Mário Reali (PT) foi contemplado com R$ 90,9 milhões nos 12 meses derradeiros de seu governo.

Na transferência per capita, Santo André figura na última posição entre as sete cidades da região, com R$ 140,20 por habitante. Diadema obteve R$ 235,47 por morador.

(Colaborou Fábio Martins)

 

Aliados lideram ranking de transferências por Estado

 

Um dos principais aliados da presidente da República, Dilma Rousseff, o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), recebeu a maior fatia dos repasses da União entre todos os 27 Estados brasileiros. O Rio arrebatou R$ 19,7 bilhões em receita federal em 2012, à frente de governos com maior poder econômico, como São Paulo.

O Estado administrado por Geraldo Alckmin (PSDB) - opositor a Dilma - apareceu apenas na terceira colocação da lista de beneficiados com investimento nacional. Com R$ 18,2 bilhões conquistados em 2012, a administração tucana figurou atrás da Bahia, cujo governador é Jacques Wagner (PT), também parceiro da presidente. O petista baiano viu sua receita irrigada com R$ 18,3 bilhões no ano passado (veja quadro completo abaixo).

Dos dez primeiros Estados que mais receberam recursos voluntários do Palácio do Planalto, sete são geridos por políticos próximos de Dilma. Fora São Paulo, só Minas Gerais (do tucano Antonio Anastasia) e Pará (do também tucano Simão Jatene) foram registrados no top 10 de verba federal.

Governador de Pernambuco e cotado para disputa presidencial em 2014, Eduardo Campos (PSB) está na lista dos preferidos de Dilma, já que obteve R$ 11,1 bilhões em 2012. O também socialista Cid Gomes, irmão do ex-presidenciável Ciro Gomes e atual governador do Ceará, foi outro contemplado com bom volume de transferência federal: R$ 11,2 bilhões.

Uma das missões de Dilma é manter PMDB e PSB em seu arco de alianças para a disputa presidencial do ano que vem. Peemedebistas não abrem mão de continuar com a vice-presidência, hoje nas mãos de Michel Temer, embora o atual número dois da República não seja unanimidade no partido.

Os socialistas, por sua vez, defendem expansão de espaço da sigla no governo, justificando a alta quantidade de administrações estaduais sob gerência de integrantes do PSB. Atualmente são sete Estados liderados por representantes da legenda, número menor apenas que o PSDB, que conta com oito governadores.

O PT possui cinco chefes de Executivo e o PMDB, quatro. DEM (com dois governos do Estado) e PMN (com um) completam a lista de partidos que hoje administram gestões estaduais.

 




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