Economia Titulo Sindical
Metalúrgicos dão aviso
de greve às autopeças

Federação da CUT quer pressionar a bancada
patronal a fim de melhorar proposta apresentada

Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
10/09/2014 | 07:17
Compartilhar notícia
Divulgação


Entraram em estado de greve ontem os trabalhadores de empresas de autopeças da base dos sindicatos ligados à CUT (Central Única dos Trabalhadores) no Estado de São Paulo. Foi uma forma de pressionar os empresários do segmento a melhorar a proposta de reajuste salarial. Pela manhã, em reunião com a FEM-CUT/SP (Federação dos Sindicatos de Metalúrgicos da Central Única dos Trabalhadores no Estado de São Paulo), a bancada patronal do grupo 3 (que reúne os setores de autopeças, forjaria e parafusos) ofereceu 5,5% de aumento, índice que não cobre nem a reposição da inflação do período da data-base da categoria (1º de setembro), que fechou em 6,35%, de acordo com o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor).

Por causa dessa proposta, considerada “decepcionante”, depois de mais de um mês sem que os representantes das indústrias se dispusessem a sentar para negociação, o presidente da FEM-CUT/SP, Valmir Marques, o Biro-Biro, entregou a eles comunicado de greve. A categoria reivindica aumento real (acima da inflação). Dessa forma, passado o prazo de 48 horas contado a partir da entrega desse aviso, os cerca de 51 mil trabalhadores de autopeças no Estado (na base do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, filiado à CUT, em São Bernardo, Diadema, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra, seriam em torno de 31 mil, mas esse número inclui também profissionais das áreas de estamparia e fundição) poderão cruzar os braços por tempo indeterminado.

Essa foi a primeira bancada patronal, entre as que negociam com a federação, a receber esse tipo de aviso. A partir do momento em que assembleias ocorrerem, há risco de haver paralisações na categoria.

Na região, segundo o presidente do sindicato, Rafael Marques, as mobilizações já estão ocorrendo. Ontem, houve três assembleias que retardaram a entrada de trabalhadores nas fábricas, e a tendência é intensificar essas paralisações, informou o dirigente.

Marques aposta em retomada na economia neste fim de ano. Ele prevê que o IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) reduzido – incentivo que se encerra em 31 de dezembro – estimulará as compras de automóveis. Ainda na sua avaliação, muitas indústrias de autopeças já começaram a ter aumento de encomendas por causa da nova lei de rastreabilidade, que estabelece sistema de controle do que são peças nacionais na produção dos carros. Ter pelo menos 60% dos componentes feitos no Brasil é requisito para as montadoras se beneficiarem de incentivo fiscal contido no programa Inovar-Auto, do governo federal.

Apesar da perspectiva de paralisações, as negociações com a bancada do G3 continuam. A próxima rodada de conversas está agendada para o dia 17.
 




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;