Economia Titulo Análise
O que está ocorrendo com o Brasil?

Estamos vivendo retrocesso com duro golpe na população, de efeitos sobre o emprego e a renda familiar

Carlos Boschetti
04/09/2014 | 07:17
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O que está acontecendo com o Brasil? O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou o resultado da economia no segundo trimestre, que revelou o que mercado já esperava: retrocesso de 0,6% se comparado aos três primeiros meses. Mais uma vez, trata-se de uma ducha fria na previsão do governo e dos analistas econômicos.

A surpresa ficou por conta da agropecuária, que teve desempenho 0,2% negativo, muito abaixo da expectativa dos economistas. A indústria nacional que, ano após ano, vem de impactos negativos, devido à baixa competitividade com os produtos importados e ao famoso custo Brasil – burocracia, baixa produtividade e a loucura tributária – levou os empresários a pisarem no freio dos investimentos. Com isso, eles reduziram a capacidade produtiva. Vimos, portanto, recuo de 1,5% na indústria, de 2,4% na indústria de transformação e de 2,9% na construção civil. Com esses índices, nosso País caminha a passos de tartaruga, projetando crescimento anual abaixo de 0,5% para este ano.

Estamos vivendo retrocesso com duro golpe na população, de efeitos sobre o emprego e a renda familiar. Os dados mais significativos, além da indústria, foram a queda em 5,3% dos investimentos e 0,7% no consumo governamental, que vem batendo recorde de arrecadação de impostos.

Nossos governantes, porém, tanto nossa presidente, como governadores, deputados federais e senadores estão em campanha eleitoral, pouco se importando com os rumos do País. A única atitude de nossos representantes é a preocupação da reeleição para um emprego de mais quatro anos. Querem iludir mais uma vez os eleitores, que descobriram agora a candidata Marina Silva. Ela passou a ser o plano B daqueles que creditam em milagres.

Desde o ano 2000, ainda no governo Fernando Henrique Cardoso, passando por oito anos no governo Lula e, agora, no governo Dilma, as coisas se repetem. São as mesmas tentativas, os mesmos erros, os mesmos discursos, os mesmos partidos, as mesmas promessas e os mesmos resultados.

Na prática, vemos crescimento pífio, desculpas de uma administração pública orientada a interesses conflitantes e sem rumo de longo prazo, gerando esperança de melhora definitiva sem surpresas desagradáveis e colocando em risco o futuro de uma das maiores economias do mundo.

Novamente, temos perguntas sem respostas e planos que os governos de diversos partidos não conseguem resolver, além de todas as promessas, ilusões e mentiras feitas durante o processo eleitoral. Os eleitos, na prática não se comprometem com nenhum plano de governo.

A grande solução para o Brasil é um plano de longo prazo, onde as lideranças se comprometam. É necessário que se obtenha engajamento de toda a sociedade civil organizada e que as instituições sejam cobradas pelos resultados avaliados pela população.

Em outras palavras, precisamos de um choque de gestão e responsabilidade moral em nossa democracia. Esquecemos junho de 2013, quando a população foi às ruas e nossos governantes prometeram agenda positiva para este ano. O que aconteceu? Pensem nisso. 




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