As negociações entre os bancários, representados pela Contraf-CUT (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro – Central Única dos Trabalhadores), e a Fenaban (Federação Nacional dos Bancos) não tiveram avanços nas reuniões de ontem e anteontem, quando foram discutidos os temas segurança e igualdade de oportunidades.

Segundo o presidente do Sindicato dos Bancários do ABC, Eric Nilson, a Fenaban está irredutível. “Reivindicamos na pauta que seja aprovado projeto que está como piloto na região metropolitana de Recife que reduziu em 50% os assaltos e em 43% as saidinhas de banco. Porém, não obtivemos sucesso”, afirmou.

Ainda com relação ao tema da segurança, Nilson reclamou da falta de sensibilidade dos bancos. “Caso o gerente da agência seja sequestrado e entregue dinheiro ou qualquer informação aos bandidos, ele é demitido por justa causa, mesmo que sua família esteja como refém. Queremos mudar isso, mas os bancos também não aceitaram”, disse.

Sobre a igualdade de oportunidades, Nilson citou que os bancos adiaram a entrega do censo de diversidade. “Esse levantamento tira um raio X da categoria sobre raça e gênero. Como fizemos o primeiro censo em 2008, seria um bom comparativo em relação à discriminação. Em 2008, por exemplo, as mulheres ganhavam 78% do salário dos homens e tinham dificuldades de ascensão profissional. Negros e pardos também recebiam menos que os brancos.”

As próximas rodadas de negociações vão ocorrer nos dias 3 e 4, para debater emprego, plano de cargos e salários, remuneração e pisos; 10, quando será discutida remuneração novamente; e 11, sobre o índice de reajuste da PLR (Participação nos Lucros e Resultados) e dos pisos.

No Grande ABC, os trabalhadores da categoria lançaram a campanha salarial ontem, no Dia do Bancário, divulgando as reivindicações pelas ruas do Centro de Santo André.