Alviverde completa primeiro século de uma
história com misto de sensações e sentimentos
A Sociedade Esportiva Palmeiras completa hoje 100 anos. Mas o tradicional clube de origem italiana, dono da quinta maior torcida do Brasil e considerado o campeão do século 20 por seu sucesso, glórias e títulos, não alcança seu centenário gozando de tanta saúde. Financeiramente, carrega uma dívida de R$ 324,5 milhões com o governo federal – sexta maior do País –, politicamente sofre com divergências e intromissões de dirigentes e conselheiros de pensamento arcaico e esportivamente – tratando-se exclusivamente do futebol – sob risco do terceiro rebaixamento à Segunda Divisão nacional em 11 anos. Um motivo para seguir acreditando que este senhor vá se recuperar e alcançar o prestígio de épocas passadas? A paixão dos torcedores e o carinho dos ídolos.
É unânime o sentimento entre jogadores que defenderam o clube nas mais diversas épocas de que o Verdão proporciona as mais diferentes sensações para quem veste a camisa verde e branca. Da velha guarda de Ademir da Guia, Dudu, Leivinha, César Maluco e Luis Pereira até Edmundo, Alex e Marcos, o orgulho transmite um quê de amor, misturado com alegria, satisfação e, sobretudo, expectativa de que dias melhores virão. Ou melhor, voltarão, para mostrar “que de fato é campeão”, como diz o hino.
“É um time de grande história, grande tradição, que infelizmente agora não está passando por um momento bom. Não era para comemorar o centenário na situação em que se encontra, mas tem tempo para reverter. O legal é saber da história desse grande clube, e fazer parte dela para mim é momento de orgulho”, afirmou o ex-goleiro Marcos, símbolo da maior conquista do clube – a Copa Libertadores de 1999 – e o sétimo jogador que mais vestiu a camisa, em 532 oportunidades.
Se contentar em disputar competições para se fazer presente ou ser forte apenas em torneios de segundo escalão (ou divisão) é pouco para quem já vestiu a camisa amarelinha da Seleção Brasileira em 1965 para inaugurar um dos maiores palcos do futebol nacional: o Estádio do Mineirão. Naquela ocasião, vitória do time dirigido pelo argentino Filpo Nunes sobre o Uruguai por 3 a 0 – até hoje o único estrangeiro a comandar a amarelinha.
Ser o maior campeão nacional com oito títulos do Brasileiro, dono ainda de um torneio Intercontinental (considerado recentemente como o primeiro Mundial), uma Copa Libertadores, uma Mercosul e 22 Paulistas, que teve duas Academias, clássicos memoráveis contra os rivais Corinthians, Santos e São Paulo, são pouco para um clube de tanta magnitude agora lembrado pelas recentes Séries B. Motivo de chacota dos rivais, a torcida – quarta maior do Brasil, segundo última pesquisa Datafolha (divulgada no início do mês) – está ferida, machucada, e o apelo e apego voltam às figuras dos eternos ídolos.
“Falta dar oportunidade àqueles que realmente amam o clube”, destacou Ademir da Guia. “Espero que o time melhore para que nossa torcida possa ter um pouco de alegrias”, emendou o Divino, que vestiu a camisa alviverde em 901 jogos, líder disparado deste ranking. “Vivo o Palmeiras há 47 anos e nunca vi situação tão ruim como se encontra hoje dentro do campo. Mas são fases, com dirigentes sendo infelizes. Mas ainda acredito que vá terminar em uma boa colocação”, completou César Maluco, maior artilheiro profissional do Verdão com 180 gols – mas atrás de Heitor se contabilizados os tentos amadores (327).
Principalmente nas três últimas décadas, os bastidores políticos conturbam o ambiente do clube. Um sinal disso é o que relatou o ex-gerente de futebol Sérgio do Prado sobre algumas das absurdas vivências nos três anos em que trabalhou no clube. “Tive dificuldades por conta de aberrações políticas que presenciei, como conselheiros que tomavam banho no meio de jogadores, que vendiam apartamentos lá dentro.”
A solução para o time poder ser novamente destacado no aumentativo como Verdão o ex-meia-direita Leivinha tem na ponta da língua. “A primeira coisa que faria (como presidente) seria me cercar de pessoas dentro de suas especialidades, que estudaram para fazer aquelas funções. E de maneira remunerada, para poder cobrar resultados, porque se a pessoa estudou, é para fazer as coisas benfeitas. O Palmeiras é um clube de mais de 12 milhões de torcedores e a gente não vê trabalho de marketing efetivo. Vamos em comunidades palmeirenses em outros Estados e vemos a força que tem esse time, mas não se tem ação para promovê-lo”, lamentou. “A gente espera hoje, como torcedor, que volte a ser a equipe competitiva que era na minha época. Um clube grande tem de fazer alegria do seu torcedor”, emendou o ex-atleta, que ontem esteve no Sesc São Caetano, ao lado de Ademir da Guia e Dudu, para bate-papo bastante descontraído com torcedores alviverdes.
Verdão coleciona jogos históricos que não saem da memória
Em seus 100 anos de história, o Palmeiras protagonizou jogos épicos, verdadeiras batalhas que nunca devem ser esquecidas e que merecem ser comemoradas até hoje. São muitas as partidas que não saem da memória palmeirense. O primeiro jogo, a primeira vitória sobre os rivais...
Entre as partidas memoráveis pode-se citar a decisão do Campeonato Paulista de 1942, conhecido como a “Arrancada Heroica”. Em 20 de setembro daquele ano, já como Palmeiras, a equipe entrou no Pacaembu empunhando a Bandeira do Brasil. Em campo, vitória por 3 a 1 contra o São Paulo e o título.
Somam-se a essa lista a decisão do Mundial de 1951, a Copa Rio, um empate eletrizante contra a Juventus, de Turim, no Maracanã no dia 22 de maio de 1951.
No auge do Santos, o Palmeiras foi o único a rivalizar com a equipe de Pelé. A decisão do Paulistão de 1959 foi em 10 de janeiro do ano seguinte – vitória do Palmeiras de Julinho Botelho por 2 a 1.
Em 7 de setembro de 1965, o Palmeiras representou a Seleção Brasileira na inauguração do Mineirão. Com a amarelinha, vitória por 3 a 0 sobre o Uruguai. Oito anos depois, em 22 de dezembro de 1974, vitória por 1 a 0 sobre o Corinthians.
Em 12 de junho de 1993, novo triunfo em cima do Corinthians – 4 a 0 e título do Paulistão. Em 1994, massacre contra o Boca Juniors – 6 a 1. Em 1999, vitórias sobre Vasco, Corinthians, River Plate e Deportivo Cali deram ao clube a Copa Libertadores. Jogos eternos de um time acostumado a conquistar troféus.
Tradição familiar provoca ainda mais sentimentos a palmeirenses
Desde a fundação, foi evidente a identificação dos dirigentes, jogadores e demais funcionários com o clube paulistano
As raízes italianas trouxeram ao Palmeiras característica particular, acolhedora, familiar. Tanto que a opinião daqueles que vestiram a camisa alviverde comprova: aquele que já torcia pelo clube, se torna ainda mais apaixonado; os descendentes de imigrantes da Velha Bota fazem a alegria dos familiares; e os que sonhavam em defender o clube passam a acompanhá-lo para sempre.
Assim, desde a fundação era evidente a identificação dos dirigentes, atletas e demais funcionários com o clube. Diversos são os sobrenomes de origem italiana que comprovam isso, como o do ex-goleiro e atual técnico do Santo André, Ivan Izzo.
“O Palmeiras significou tudo para mim. Cheguei ao clube aos 13 anos, então foi responsável por minha formação. Tudo o que sabia como atleta e o que sei hoje como profissional devo ao clube e aos profissionais com quem trabalhei lá. É uma alegria muito grande ter sido atleta do Palmeiras, afinal minha família toda é italiana. Então, foi uma emoção ainda maior para os meus pais”, destacou o ex-arqueiro, que fez 82 jogos pelo Alviverde.
O ex-técnico Jair Picerni é outro que se encaixa no perfil. “Meu pai é palmeirense roxo”, destacou. A familiaridade também se faz presente na vida de Olegário Tolói de Oliveira, o eterno Dudu. “Há uma identificação grande porque também venho de família italiana. Foi um elo muito forte quando vim para o Palmeiras e isso me encheu de alegria e confiança”, relembrou o araraquarense dos tempos da Academia de Futebol alviverde. “Vim de Araraquara trazendo alguma experiência da Ferroviária. Mas foi no Palmeiras que consegui tudo o que ganhei no futebol. Foi a partir daí que fui para a Seleção, ganhei muitos títulos. Ano a ano fui conquistando e gostando cada vez mais do clube e sendo até hoje torcedor”, emendou o ex-volante.
Galeano, autor de um dos gols mais emblemáticos destes 100 anos no duelo contra o Corinthians, pela Libertadores de 2000, quando decretou a vitória por 3 a 2 e levou a decisão para os pênaltis – quando Marcos se consagrou ao defender a cobrança de Marcelinho Carioca. “O Palmeiras foi a equipe que me deu todas as condições de me tornar um grande profissional, onde tudo começou. Tenho carinho muito grande pelo clube e sou muito grato. E além de ter o privilégio de vestir essa camisa, sempre fui torcedor. Então, uni o útil ao agradável”, afirmou o ex-volante.
Outro meio-campista de marcação que alcançou no Palmeiras satisfação pessoal foi o ex-volante Fernando, que entre 2000 e 2002 conquistou os títulos do Rio-São Paulo e da Copa dos Campeões. “Foi a realização de um sonho de criança. Saí do Interior, do Noroeste de Bauru, e meu sonho era vestir a camisa de uma grande equipe. E foi a do Palmeiras”, exaltou. “Na minha vida como atleta teve a era pré-Palmeiras e a pós. Foi muito gratificante defender este clube. Posso estar em qualquer lugar, mas sigo acompanhando. Fico muito agradecido de humildemente ter feito parte da imensa história do Palmeiras. Tenho orgulho por ter contribuído com essa história grandiosa. Muito feliz mesmo. Diria que a partir de 2000, quando cheguei, também virei palmeirense”, emendou Fernando.
Até mesmo nos níveis diretivos a marca familiar se faz presente. Tanto que, depois de tantos anos com Contursi, Della Monica, Belluzzo, o atual mandatário Paulo Nobre é apenas o segundo na história a não ter sobrenome de origem italiana. E o ex-diretor Sérgio do Prado entra na regra. “Nasci palmeirense. Quando garoto acompanhava o Palmeiras. Até hoje colho frutos de ter passado por lá. É um clube que, por seu tamanho e grandeza, valoriza o profissional”, concluiu.
Para campeão da Série B, Verdão não aprendeu com erros
Técnico em 2003, Jair Picerni pede aposta na base; Sérgio do Prado vê clube limpo e na elite
Dois rebaixamentos em 11 anos, e o fantasma da degola bate novamente à porta do Palmeiras apenas uma temporada após a Série B do Brasileiro ter sido realidade novamente. Na visão de quem já viveu o dia a dia do clube, o Verdão não aprendeu com os erros do passado, mesmo que as falhas da atualidade não sejam exatamente as mesmas. No entanto, não há quem desacredite em superação e volta por cima.
“Hoje em dia, a cada dois meses muda muita gente (no elenco). É preciso aproveitar bem a base, não sei como não aprenderam a lição em 2002. Aquilo que fizemos foi realmente trabalho profissional, benfeito”, explicou o ex-técnico Jair Picerni, que comandou a campanha do acesso em 2003 a partir da promoção de nove atletas da base. “Os meninos até não começaram bem, mas controlaram o emocional. Foi fantástico. E hoje vejo que não aprenderam a lição. As contratações não são de acordo com a grandeza do Palmeiras, tanto que hoje está entre os últimos colocados”, emendou.
Segundo o ex-gerente de futebol Sérgio do Prado, que ficou por três temporadas no clube, o Verdão vem tentando se reconstruir após graves problemas, sobretudo políticos. “É um clube gigante que, às vezes, se perde internamente. São muitas correntes políticas, mas agora traz perspectiva de que as coisas vão melhorar. No futebol o fator idade é preponderante no mundo todo. Os árbitros são mais jovens, os técnicos e comissão mais jovens, os atletas começam mais cedo e o conselho do Palmeiras anda na contramão: quanto mais velho, mais tem poder. Acredito que quanto mais jovem, mais ideias novas, moderniza”, sugeriu o dirigente. “Hoje, a gente lamenta um clube tão grande, tão bom, passar outra situação como essa, de correr risco.”
Sérgio do Prado saiu em setembro de 2011, quando o time se safou da degola por pouco. Em 2012, porém, viu o Alviverde ser rebaixado pela segunda vez. E, segundo ele, o motivo foi evidente. “Caiu em 2012 pela podridão imposta pelo Felipão lá dentro. Agora não é o caso porque o Paulo Nobre, quando entrou, limpou tudo. São outros tipos de erros que só quem está lá dentro sabe. E o trabalho no fim vai prevalecer. Não acredito que caia no fim do ano. Sempre penso que manter o treinador é o primeiro passo para dar certo. A probabilidade de errar se torna menor. A não ser que ocorram situações como perder o grupo, não ter voz de comando.”
Allianz Parque se transforma em pilar para o renascimento
O Estádio Palestra Itália fechou as portas para reforma total em julho de 2010 e, desde então, vem se transformando em uma das principais arenas multiuso do País. Com capacidade para 43,6 mil espectadores em jogos do Palmeiras, o local se transformou em um dos pilares para o renascimento do clube, que teve de migrar de casa nos últimos anos para mandar suas partidas. Passou por Barueri, Ribeirão Preto, Cuiabá e, na maioria das vezes, pelo Pacaembu. Mas na opinião de alguns ídolos, a casa alviverde tem papel fundamental para que a equipe reencontre suas forças.
“A gente espera que a torcida tenha essa esperança de que o Palmeiras volte a ser grande a partir da conclusão de seu campo (estádio) e vamos ver se voltando à Arena possamos montar grande equipe, dando resposta bonita à imensa torcida palmeirense”, destacou o ex-volante Dudu que, em 13 temporadas no Verdão, participou de 609 jogos – sendo o terceiro atleta que mais vestiu a camisa na história –, grande parte deles na casa palestrina.
Outro atleta de grande identificação com o antigo estádio, o ex-atacante César Maluco – maior artilheiro profissional do clube, com 180 gols – também acredita que, a partir da conclusão das obras, o Palmeiras colherá frutos. “Principalmente financeiramente, porque vai representar muito para o Palmeiras. Terá uma das mais bonitas arenas não só do Brasil, mas do mundo. Vai levar muita vantagem a partir do momento que puder receber a torcida. E, obviamente, fazer contratações no nível da Arena”, concluiu.
Grande ABC tem vínculo com clube
Palestra de São Bernardo foi batizado em homenagem ao time da Capital após tricampeonato Estadual na década de 1930
A colônia italiana trouxe ao mundo em 26 de agosto de 1914 o Palestra Itália, que se transformaria em um dos principais e maiores clubes da Capital paulista. Nem imaginavam que seu sucesso, a 20 quilômetros dali e 21 anos mais tarde, inspiraria a fundação de um homônimo no Grande ABC, mais exatamente na cidade de São Bernardo. Campeã do Paulista em 1932, 1933, 1934, a equipe era a grande potência futebolística no Estado naquela década.
Assim, quando Alfredo Sabatini decidiu romper com o EC São Bernardo e fundar seu próprio clube na cidade, em 1935, resolveu homenagear aquele que mais tarde se transformaria no Palmeiras. E ganhou força com a presença dos imigrantes da Velha Bota que moravam no município.
“O início do Palestra tem relação direta com o Palmeiras. Pegaram emprestado o nome e viramos o Palestra Itália de São Bernardo. Isso aconteceu em uma fase em que eles estavam no auge – 1932, 1933 e 1934 –, ganhando títulos e isso foi decisivo na escolha do nome. A própria comunidade italiana, que tem força lá e aqui, teve peso. E ainda escolheu as mesmas cores, verde e branco”, afirmou o presidente do clube são-bernardense, José Fabio Cassettari Neto, que assim como seus familiares carrega a tradição de torcer pelo Verdão – apesar de o “amor incondicional” ser voltado ao Palestra.
No ano de 1942, com a criação do Estado Novo, o então presidente Getúlio Vargas obrigou qualquer entidade que tivesse nome associado ao regime fascista, inimigo do governo brasileiro – como a Itália – a trocar suas denominações. O irmão mais velho paulistano virou Palmeiras, o mineiro passou a Cruzeiro e o paranaense a Coritiba. Porém, após realizar alguns estudos, o alviverde são-bernardense retirou apenas o nome do país europeu.
“De todos os Palestras Itálias espalhados por aí, conseguimos ficar com o primeiro nome. Todos foram obrigados a tirar qualquer referência de origem italiana. Nos mantemos por descobrir que a palavra tinha origem grega, e não italiana, então mantivemos o Palestra”, contou o dirigente.
Questionado sobre um momento especial nestes 100 anos do ‘irmão’ mais velho, Cassettari Neto uniu o útil ao agradável. “Não tenho dúvida: o jogo entre Palestra x Palmeiras em São Bernardo, em 1990, em um amistoso no Baetão. Eu com 5 anos vendo meus dois times, não tem como apagar da memória. Lembro de ver um dos meus ídolos maiores, que era o Velloso, de perto, inclusive tirar uma foto com ele. Foi algo inexplicável. Tenho a foto e a camisa dele guardados até hoje”, contou o presidente, que tem votos especiais ao Verdão em seu centésimo aniversário. “Que consiga manter todo o espírito esportivo e campeão que trouxe nestes primeiros 100 anos, e que mantenha nos próximos 200, 300 anos”, encerrou.
VAI E VEM
O mercado da bola entre o Grande ABC e o Palmeiras sempre teve uma relação grande. São diversos os casos de atletas que vestiram a camisa da equipe alviverde e de alguma agremiação em uma das sete cidades da região. Alguns merecem mais destaque, como é o caso do ex-zagueiro e ídolo palmeirense Luis Pereira, que também ganhou este status no Santo André e no São Caetano, onde, inclusive, foi auxiliar técnico.
Na década de 1990, depois de boa passagem pelo clube da Capital, o agora técnico Jorginho Cantinflas teve quatro passagens pelo Ramalhão, na última delas (1997) participando de um dos mais memoráveis grupos andreenses. Os ex-goleiros Ivan e Sérgio e o ex-volante Galeano são outras figuras que defenderam a camisa ramalhina antes de se aposentarem.
Já dos tempos áureos do Azulão, no início da década de 2000, diversos atletas deixaram o Anacleto Campanella rumo ao Verdão. Foi assim com o meia Magrão, os volantes Claudecir e Adãozinho, o zagueiro Daniel, entre outros. O caminho inverso fizeram os atacantes Euller, Müller e Edílson, que vestiram a camisa são-caetanense em fase final de carreira.
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