A bancada do PPS na Câmara de São Bernardo, a segunda maior da Casa, com seis vereadores, começa 2013 disposta a medir forças com o governo Luiz Marinho (PT), mesmo compondo a minoria na oposição. A primeira medida do bloco no retorno aos trabalhos em 6 de fevereiro será apresentar projeto de Ficha Limpa municipal para cargos comissionados no Executivo e Legislativo.

O projeto é de autoria do vereador Pery Cartola, mas foi definido como prioridade do bloco oposicionista.

Líder regional do PPS, o deputado estadual Alex Manente participou do encontro e ressaltou a relevância do projeto após Augusto Pereira (PT), ex-prefeito de Santo Antônio do Pinhal, ser empossado como secretário de Administração.

"Não é justo que venham pessoas de outras cidades, que não conhecem a nossa realidade e com problemas com o Tribunal (de Contas do Estado). A Assembleia (Legislativa) já aprovou esse projeto e São Bernardo não pode dar um passo para trás", disse Alex. Apesar da disposição, os popular-socialistas contam apenas com o apoio do PSDB na Câmara, que elegeu dois vereadores, totalizando oito votos, insuficientes perante os 20 parlamentares governistas.

Para compensar a inferioridade numérica, a legenda aguarda apoio da sociedade civil. "Esperamos que os demais vereadores cumpram seu papel fiscalizador. Se isso não ocorrer, eles vão ter que se explicar para a sociedade", sustentou o vereador Julinho Fuzari.

No Grande ABC, São Caetano é a única cidade que já conta com a norma, aprovada no fim do ano passado. Mas há projetos de Ficha Limpa municipal tramitando nas Câmaras de Mauá e Santo André.

Os oposicionistas também levarão à Câmara pedidos de abertura de CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) sobre o convênio entre o Paço e o Sehal (Sindicato de Hospedagem e Alimentação do Grande ABC) e dos contratos milionários firmados entre a administração e a construtora OAS.