Região reúne cerca de 2.300 profissionais,
que se revezam entre as 150 feiras livres
Quando o consumidor vai à feira livre já sabe o que esperar: produtos frescos, muita gente na rua, gritaria e, ao mesmo tempo, simpatia dos vendedores. Hoje, dia 25, é comemorado o Dia do Feirante. Justamente uma segunda-feira, o único dia da semana em que as barracas a céu aberto não são montadas.
Segundo o presidente do Sindicato dos Feirantes do ABDMRP, Odair Roberto Loureiro, existem em torno de 2.300 profissionais da área na região, que atuam nas cerca de 150 feiras espalhadas pelo Grande ABC durante a semana toda (sendo 12 noturnas e uma orgânica).
Como os feirantes são trabalhadores autônomos, Loureiro diz não haver um rendimento médio da categoria. Os ganhos, entretanto, giram em torno de um salário mínimo e meio (R$ 1.086) a quatro salários mínimos (R$ 2.896). “Geralmente, os ajudantes de barraca de peixe são mais bem remunerados, pelo fato de ser mais trabalhoso limpar os peixes”, afirmou, sem estimar valores.
Os profissionais, que têm jornada de trabalho diferenciada, de segunda a segunda acordam de madrugada, entre 3h30 e 4h, e voltam para casa por volta das 15h. Embora não haja feiras às segundas, esse é o dia em que eles compram os alimentos frescos para vender na terça-feira.
Na avaliação de Loureiro, este é um dos principais atrativos do mercado a céu aberto. “Um dos diferenciais da feira livre é a possibilidade de comprar produtos frescos. No mercado não se tem essa garantia. Outro, é o contato com o vendedor. Você compra direto do proprietário, que conhece o produto. Pegar as frutas, pesar e colocar no carrinho do supermercado é uma coisa muito fria”, comparou.
DE PAI PARA FILHO - Na profissão desde pequeno, Hélio Onaga, 58 anos,mais conhecido como Massa, afirma estar contente com o trabalho. “Essa barraca existe desde 1959. Ela começou com o meu pai, que a passou para mim. Sempre gostei de fazer isso. E quem faz o que gosta sempre está de férias.”
“Primeiramente, o feirante tem que ter conhecimento do produto que está vendendo, senão não consegue comercializar nada. Depois, é importante ter a atenção com os clientes. Você tem contato direto com a freguesia e precisa saber explicar e falar dos produtos com eles”, completou Massa.
O contato com o público é o principal ponto destacado por Rodolfo José Perez de Camargo, 28, o Cabelo. “É bom trabalhar com o povo. Na feira, você encontra pessoas de todas as classes sociais. Passamos por vários bairros diferentes. Isso acaba criando uma cultura diversa. A gente aprende bastante com os clientes”, destacou ele, que falou da dedicação ao trabalho. “O feirante trabalha de segunda a segunda. Tem que ter dedicação e responsabilidade de não perder a hora. Acordamos às 3h30 para chegar na feira uma hora depois. E, às 18h, já estamos na cama dormindo. Quem está nessa vida tem que ter o dom para o comércio.”
PÚBLICO - De acordo com o sindicato, é estimado que passem por cada feira livre da região cerca de 3.500 pessoas nos fins de semana e entre 1.000 e 2.000 nos dias úteis.
“Perdemos, ano a ano, uma fatia de público para os supermercados pela facilidade de comprar tudo de uma vez e pelo fato de haver estacionamento, mas podemos melhorar. A chegada das máquinas de cartão (de débito e crédito) já foi um ganho enorme. Agora, o objetivo é trazer mais atrativos. Estamos pensando em organizar sorteios de TVs”, revelou Loureiro.
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