Empresários industriais do bairro Cooperativa, em São Bernardo, tiveram ontem nova reunião com representantes da Eletropaulo na sede do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) São Bernardo. A concessionária estabeleceu cronograma de reuniões para acompanhar a cada dois meses a situação e demonstrou firmeza na tentativa de solucionar os problemas gerados pelas frequentes quedas de energia.

Sem poda, as árvores alcançam os fios de transmissão de eletricidade, o que o sistema de energia entende como curto-circuito e gera microinterrupções de dois a três segundos. Apesar do breve espaço, de acordo com o gerente industrial da metalúrgica Dulong, Nelson Antonini, a interrupção é suficiente para atrasar todo o processo produtivo. "É necessário deslocar eletricista para religar o sistema de energia na cabine primária. Além disso, as máquinas têm de ser ligadas aos poucos, de modo escalonado. Não pode ser feito tudo de uma vez para não sobrecarregar o sistema."

Outro motivo de reclamação das indústrias do bairro Cooperativa é a falta de estrutura para melhorar a capacidade de distribuição de eletricidade. Quando muitas das companhias consomem bastante energia, a tensão, que é alta, diminui, o que gera a falta de luz. Embora Antonini não consiga precisar os prejuízos, ele cita que um dos problemas ocorre com materiais líquidos que se solidificam com a interrupção da energia, o que provoca a perda de insumos. Outro exemplo é a ponta de diamante que usina peças e custa R$ 800. Se cai a luz, ela é danificada e é preciso adquirir uma nova.

A Eletropaulo prometeu realizar a poda de 500 árvores no bairro  em janeiro. Além disso, avisou que vai melhorar o sistema de comunicação com os empresários, estabelecendo canal específico para atendimento a clientes que recebem energia de alta e média tensão e linha direta com o gerente de marketing e novos negócios, além da diretora comercial.

Até março, segundo o primeiro vice-diretor regional do Ciesp São Bernardo, Mauro Miaguti, serão instalados equipamentos de religamento automático em pontos estratégicos do bairro, como um projeto piloto. Dentro de algumas empresas serão colocados medidores para avaliar a qualidade da energia recebida.

"As associadas que tiverem problemas vão relatar ao Ciesp, por e-mail, o ocorrido e o tempo levado para solucionar o problema. Vamos monitorar a situação também", diz Miaguti. A próxima reunião com a Eletropaulo está marcada para 13 de março.