Representantes do sindicato dos profissionais de TI (Tecnologia da Informação) e o Seprosp (sindicato patronal da categoria) se reuniram ontem, pela primeira vez, para discutir a pauta de reivindicação da campanha salarial deste ano. Os empresários apresentaram proposta de reajuste salarial de 5,3% e de aumento de 5,8% para os pisos já estabelecidos na convenção.

A bancada patronal não fez menção quanto à ampliação da PLR (Participação nos Lucros e Resultados) para todas as empresas e o aumento do valor no vale-refeição (de R$ 15 por dia para trabalhadores com jornada diária acima de seis horas, e de R$ 12 para carga de trabalho inferior a esse período).

A proposta foi considerada pelo Sindpd (Sindicato dos Trabalhadores em Tecnologia da Informação do Estado de São Paulo) como fora da realidade do setor. Segundo a entidade, diante do bom momento do segmento e os benefícios recebidos do governo em 2012, os trabalhadores de TI de São Paulo pedem aumento de 10,51% para este ano. O percentual refere-se à reposição da inflação mais 4% de aumento real.

"A proposta de reajuste está fora do momento atual do setor, que cresceu mais de 10% (segundo a consultoria IDC) e das previsões para a área em 2013 e para os próximos anos", afirmou o presidente do Sindpd, Antonio Neto, que disse ainda que grandes eventos, como a Copa das Confederações, Copa do Mundo e Olimpíada, consumirão muito os serviços de TI. "Também houve redução dos encargos da mão de obra neste ano, por meio do Brasil Maior, que desonerou a folha de pagamento de 20% para 2% do faturamento das empresas. O sindicato patronal não deve ter proposta conservadora como a apresentada diante da análise de perspectiva do setor", declarou.

O dirigente sindical pediu atenção especial para o pedido de inclusão na convenção coletiva de porcentagem a ser gasta com qualificação para os funcionários e para a necessidade da inclusão de novos pisos, a fim de equalizar o mercado. A próxima reunião está marcada para sexta-feira, às 15h.

A categoria é formada por cerca de 90 mil trabalhadores no Estado de São Paulo, sendo 15 mil atuantes no Grande ABC.