Economia Titulo Portaria
Governo manobra PAC
para cumprir meta fiscal

No fim de 2012, governo federal lançou mão de uma mudança
de despesas do Orçamento para incluir novos projetos no PAC

11/01/2013 | 09:11
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Quando faltavam apenas quatro dias para o fim de 2012, o governo federal lançou mão de um remanejamento de despesas do Orçamento, feito à última hora, para incluir novos projetos no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

 

Portaria da Secretaria de Orçamento Federal (SOF) do Ministério do Planejamento, de 28 de dezembro, acrescentou R$ 3,2 bilhões de nova dotação de despesas que se enquadram nos critérios previstos no PAC, que são investimentos considerados prioritários e, se tiverem sido efetivamente pagos, poderão ser abatidos para o cumprimento da meta fiscal do ano passado.

 

A Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2012 permite ao governo abater até R$ 40,6 bilhões de despesas realizadas do PAC para cumprir a meta de superávit primário das contas do setor público, que é a economia feita para o pagamento das despesas com juros. Ou seja, quanto maior for o volume de despesas pagas do PAC, mais espaço fiscal tem o governo para o cumprimento da meta de R$ 139,8 bilhões do ano passado.

 

Até novembro, as despesas do PAC somavam R$ 28,4 bilhões, mas fecharam 2012 em torno de R$ 38 bilhões, segundo estimativa preliminar divulgada oficialmente esta semana pelo Ministério da Fazenda. Se confirmados os números oficiais, o pagamento das despesas do PAC foi próximo a R$ 10 bilhões somente em dezembro, um volume muito mais alto do que nos meses anteriores.

 

O Tesouro Nacional explicou que não há nada de excepcional na portaria e que o remanejamento é feito todos os anos, desde a época do Projeto Piloto de Investimento (PPI), programa precursor do PAC e originário de negociação com o Fundo Monetário de Internacional (FMI). O fato de ter a dotação, destaca o Tesouro, não significa que a despesa foi efetivamente paga. Os valores pagos de abatimento só serão conhecidos no final de janeiro, quando o Tesouro divulgar o resultado das contas públicas de dezembro.

 

Em entrevista à Agência Estado, o secretário do Tesouro, Arno Augustin, negou que a inclusão de novas despesas na lista do PAC tenha sido feita para garantir o cumprimento da meta de superávit. Questionado sobre a possibilidade de abatimento, respondeu: "É, pode (o abatimento). Mas, no caso, não será necessário para abater. Houve algumas mudanças ao longo de 2012".

 

Segundo ele, o PAC antes de mais nada é um programa de monitoramento de despesas estratégicas para o governo. Na avaliação do secretário, o que o governo fez para cumprir a meta foi usar R$ 12,4 bilhões de recursos que estavam no Fundo Soberano do Brasil (FSB), que é uma poupança pública.

 

Pela portaria da SOF, as despesas remanejadas são dos Ministérios da Educação (R$ 2,775 bilhões) e de Desenvolvimento Social e Combate à Fome (R$ 440 milhões). Elas incluem projetos de infraestrutura para a educação básica, de apoio ao transporte escolar e acesso à água para a produção de alimentos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo




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