Política Titulo Santo André
Donizeti nega ingerência de
Aidan na eleição da Câmara

Mérito da reviravolta se deve ao segredo das discussões
que foram firmadas por 45 dias sem influência externa

Fábio Martins
Do Diário do Grande ABC
09/01/2013 | 07:37
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O presidente da Câmara de Santo André, Donizeti Pereira (PV), nega interferência do ex-prefeito Aidan Ravin (PTB) na vitória da chapa oposicionista na eleição da mesa diretora. O verde considerou que o mérito da reviravolta política, pegando de surpresa os articuladores do governo Carlos Grana (PT), se deve ao segredo das discussões firmadas por "incessantes 45 dias" em algumas ocasiões por 13 vereadores. "O debate não tinha vaidade e era sem influência externa."

O sucesso resultou em 11 votos a oito para a oposição. O PMDB, a princípio com dois sufrágios, seria outra ala próxima a Donizeti. Mesmo diante das baixas, o grupo manteve a organização fundamentada, segundo o verde, na busca pela independência do Legislativo. "Em 2009, também não votei com o prefeito (Aidan), compus com o PT. O comando da Casa precisa ser de outro partido, sem ligação no governo."

A eleição ocorreu no dia 1º, por volta das 13h. Antes da posse, pela manhã, os oposicionistas se reuniram novamente para afinar o discurso e sacramentar o acordo, que abriu, inclusive, para o PDT integrar a chapa - esse espaço não foi oferecido na composição petista.

O verde, por sua vez, refutou oferecimento de benefícios para formar o bloco contra o candidato José Montoro Filho, o Montorinho (PT). "Não falo com o Aidan há mais de 30 dias. Eles me elegeram pela discussão de melhorar a imagem da Câmara. Era contrário a ser um nome do PT."

A possível participação de Aidan no processo foi sugerida por governistas, colocando a responsabilidade sobre a derrota na mudança de postura dos pedetistas Cosmo do Gás e Lobo. "Querem desqualificar a vitória dos parlamentares. O Aidan não precisa da presidência. Certas jogadas como essa eu não entro."

A acusação de envolvimento do ex-prefeito seria pela rejeição de suas finanças no exercício de 2010 pelo TCE (Tribunal de Contas do Estado). Caso a Câmara siga o parecer desfavorável, o petebista ficaria inelegível por oito anos.

O posicionamento da dupla pedetista balançou a relação entre PDT e PT. A visita repentina do presidente estadual da sigla, Paulinho da Força, a Grana é prova da desconfiança governista.

Outro passo da direção local será oficializar hoje o pedido de encaminhamento dos vereadores para a comissão de ética por infidelidade partidária, sob risco de expulsão e perda do mandato. A abertura do processo vai pressionar os parlamentares a adotarem linha de conduta em prol do Paço.

 

 




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