Vereador debutante na Câmara de Diadema, o Pastor João Gomes (PRB) virou presidente interino com a viagem de Manoel Eduardo Marinho, o Maninho (PT), para a pequena cidade de Brejo da Madre de Deus, sertão de Pernambuco. O republicano passou os dois primeiros dias à frente do Legislativo despachando. "Até esgotou tinta da minha caneta", brincou.

Primeiro vice-presidente da Casa numa coalizão entre PT, PDT, PRB e PR, Gomes afirmou que foi pego de surpresa com a ausência de Maninho, mas garantiu ter ajuda dos funcionários do Parlamento. "Ainda estou aprendendo o funcionamento da Câmara."

A viagem de Maninho impossibilitou a admissão de nomes de confiança em setores técnicos do Legislativo. Por ora, os secretários de Assuntos Jurídicos, Roberto Viola, e de Administração e Finanças, José Luiz Rizzo, permanecem em suas funções. São eles quem têm mais auxiliado o republicano na presidência.

O petista deve retornar a Diadema no dia 23 e, então, vai nomear os quadros da presidência. Ex-secretário de Assuntos Jurídicos do governo Mário Reali (PT), Airton Germano (PT) vai substituir Viola na Casa. Já o ex-vereador João Pedro Merenda (PPS) ficará na vaga de Rizzo, que vai atuar junto ao vereador Eder Xavier (PCdoB), em São Caetano.

O trabalho de Gomes à frente da Câmara tem sido menos tortuoso pela ausência de vereadores no Parlamento. Segundo o presidente interino, apenas os parlamentares de primeiro mandato têm mostrado assiduidade. "Muitos deles estão com vontade de trabalhar e já colocaram suas equipes nas ruas. Mas tem muita gente viajando."

A maioria dos vereadores postergou as férias devido à posse, no dia 1º, e à eleição para a presidência da Câmara. A disputa ficou centralizada entre Maninho e Célio Boi (PSB), mas Talabi Fahel (PR) esboçou até o último momento lançar candidatura própria, fato que tumultuou o cenário no Legislativo.

A incerteza fez com que os parlamentares permanecessem em Diadema para afinar as últimas negociações para a escolha do comandante da Casa.