Economia Titulo Contas em atraso
Dívida do consumidor é
o triplo da renda mensal

O alongamento do prazo de pagamento entre 2008 e 2011
contribuiu para que endividamento atingisse patamar atual

Alexandro Melo
Do Diário do Grande ABC
04/12/2011 | 07:08
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Prazos mais extensos e recuo nos juros. Esses são fatores que ajudam a elevar a dívida do brasileiro. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística aponta que a renda média do consumidor é de R$ 1.202. E cruzamento de dados do Banco Central mostra que o endividamento médio per capita é R$ 3.724, com bancos e financeiras, portanto, grosso modo, o triplo do salário.

O professor de Economia da Escola Superior de Propaganda e Marketing José Eduardo Balian destaca que o alongamento do prazo de pagamento entre 2008 e 2011, que passou de 447 para 590 dias corridos, teve parcela de contribuição para que o endividamento atingisse o patamar atual. "Os juros anuais pagos pelas famílias caíram de 53% para 45,7%", diz, ressaltando que esse recuou também estimulou o crescimento nos empréstimos.

 

ATRASO

Indicador negativo para o crédito no País, a inadimplência atinge 9% do total emprestado aos consumidores. O BC considera inadimplente aquele que atrasa uma conta por mais de 90 dias. No entanto, esse indicador vem apresentando estabilidade nos últimos meses. E para Balian, não existe risco de bolhas de crédito ou consumo no País, pois a autoridade acompanha com lupa este resultado. Para o professor, se o governo não tivesse adotado medidas para conter o avanço do consumo, no fim do ano passado, o efeito da crise externa teria sido pior, pois atingiria um Brasil com endividamento maior.

O presidente da Boa Vista Serviços - Serviço Central de Proteção ao Crédito -, Dorival Dourado, acrescenta que o nível de endividamento do brasileiro está no sinal amarelo. "Apenas se a economia brasileira não for impactada pela crise europeia, a situação não ficará mais preocupante." Ele acredita que os mecanismos adotados pelo governo foram eficazes para evitar um superendividamento no País.

Dourado avalia que a soma entre a ascensão da classe média e os pacotes de estímulo ao consumo recém-anunciados pelo governo contribuirão para aquecer a economia e fortalecer a defesa contra a crise.




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