O núcleo duro do futuro governo Carlos Grana (PT), de Santo André, visualiza cenário favorável com a eventual renovação do mandato dos vereadores Sargento Juliano e José de Araújo, ambos do PMDB. Caso os peemedebistas sejam diplomados para a legislatura 2013-2016, já há compromisso de participação dentro da administração petista, concedendo abertura de espaço, que tende a ser direcionado com cargos de segundo e terceiro escalões.

Com a sinalização, o PMDB caminha a passos largos para integrar a base aliada do prefeito eleito, seguindo postura adotada na esfera nacional, firmada entre Dilma Rousseff (PT) e Michel Temer (PMDB) em Brasília. Essa proximidade de fechamento do acordo leva a gestão petista a ficar bem próxima de sacramentar governabilidade na Câmara. A nova situação daria condições de o governo contar com 11 votos consolidados na apreciação de projetos.

A construção da aliança, porém, só engrena se houver certificado de reeleição aos peemedebistas, o que dimensionaria o peso do apoio partidário ao PT. Por maioria absoluta na Casa, ou seja, 14 votos, o governo atua, nos bastidores, na articulação direta com os parlamentares de todas as legendas. Essa interlocução ficará a cargo do futuro secretário de Relações Institucionais, Tiago Nogueira (PT).

Tiago sustentou que a aproximação com Juliano e Araújo se deu dia 21. Segundo o petista, houve boa receptividade da dupla peemedebista. "Tratamos do possível apoio ao projeto para a cidade, de somar na aliança. Porém, por enquanto, nada está fechado", disse, ao completar que se solidarizou com o problema jurídico que interfere na posse de ambos. A Justiça Eleitoral indeferiu o registro de candidatura de Juliano, anulando sua votação. A cassação, até agora temporária, impede a posse de Araújo por conta do quociente eleitoral.

Grana também buscou diálogo com o presidente estadual do PMDB, Baleia Rossi, que orientou a bancada a seguir pela raia governista. O dirigente municipal da sigla, Nilson Bonome, aguarda contato da cúpula petista. PV e PSB são outros alvos da direção para ampliar a margem de adesão.

DEVOLUÇÃO - Atual presidente do Legislativo, Araújo determinou a devolução ao Executivo no valor de R$ 11 milhões. O montante corresponde a 21% do duodécimo repassado à Câmara em 2012, estabelecido em aproximadamente R$ 48 milhões. O mandatário destacou que a restituição é resultado de gestão preocupada com a responsabilidade fiscal.

A verba restituída será utilizada para o pagamento das horas extras dos servidores públicos de novembro e dezembro. No mês passado, a quitação por parte do Paço ficou em débito. O restante dos recursos serviria para resolver a pendência referente à rescisão contratual dos atuais 393 comissionados, indicados do governo Aidan Ravin (PTB).

Em 2011, também sob o comando de Araújo, a Câmara devolveu para a Prefeitura cerca de R$ 7 milhões. Na ocasião, a verba teve destinação para pagamento de abono natalino, benefício cortado neste ano pela administração petebista em razão do aperto financeiro.