Economia Titulo Preços
Inflação das famílias sobe 0,60%
Pedro Souza
Do Diário do Grande ABC
03/12/2011 | 07:34
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A inflação em novembro avançou 0,60% na Capital. O resultado ficou 0,10 ponto percentual acima da expectativa do mercado financeiro publicada no Boletim Focus do Banco Central. E pela proximidade, o resultado reflete também a variação dos preços aos consumidores do Grande ABC.

O resultado foi divulgado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas da Universidade de São Paulo, por meio do Índice de Preços ao Consumidor. O indicador é composto por sete grupos, mas nenhum deles apresentou deflação no mês.

O grupo vestuário teve a maior inflação do mês. O avanço do segmento foi de 1,36%, ante outubro, atingindo o maior índice para novembro desde 2001, quando o grupo inflacionou 1,72%.

Uma hipótese para esse fenômeno, na avaliação do professor de Macroeconomia e História do Pensamento Econômico Vladimir Sipriano Camilo, que ministra aulas na Fundação Santo André, é o aumento da renda das famílias menos abastadas de 2001 para cá, elevando a demanda por roupas e, consequentemente, os preços. "Nós sabemos que é comum essa elasticidade no gasto desse grupo de consumidores. Se a renda, por exemplo, varia 1%, a demanda por vestuário (produtos básicos do segmento) das famílias com menor renda também sobe próximo a isso", explicou Camilo.

O salário-mínimo, por exemplo, expandiu 202% entre 2001 e 2011, passando de R$ 180 para R$ 545. Cruzamento com dados da Fipe mostra que a inflação, no mesmo período, do grupo vestuário na Capital foi de 37%.

Outro fator que pode ter contribuído para elevar a demanda e gerar inflação no grupo vestuário é a proximidade com o fim do ano. "As pessoas começam comprar as roupas em novembro para pagar com a primeira parcela do 13º, que saiu nesta semana", avaliou o professor da FSA.

No entanto, mesmo com resultado inflacionado e superior ante os mesmos períodos dos últimos dez anos, os vestuários contribuem apenas com 5% do IPC-Fipe.

A segunda maior representatividade para o indicador é do grupo alimentos, produtos básicos para a sobrevivência das famílias. E no mês passado, esse segmento registrou 0,74% de inflação aos consumidores, percentual suficiente para deixar o grupo como o maior peso para a inflação na Capital, 0,15 ponto percentual de 0,60%.

 

DESPESAS PESSOAIS

A variação média das despesas pessoais foi de 1,31% no mês passado, contra os preços encontrados em outubro. Essa foi a segunda maior inflação do IPC-Fipe. E para o mês, foi o maior percentual desde 2002. Saúde subiu 0,46%, habitação teve alta de 0,41%, transportes teve incremento médio nos preços de 0,24% e educação inflacionou 0,04%.

 

 

Comércio eletrônico tem deflação de 9,6% no ano

 

A internet abriu espaço para a maior competição entre o varejo e fenômeno contrário ao que, geralmente, ocorre em lojas físicas. O comércio eletrônico no País, entre janeiro e novembro, não apresentou inflação, mas sim deflação de 9,6%. O resultado foi revelado pelo Índice Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) Buscapé, que acaba de ser lançado. Em média, o indicador captará, mês a mês, a variação dos preços de 1,3 milhão de produtos comercializados, na internet, por empresas nacionais.

 

GRUPOS

Máquinas fotográficas profissionais, câmeras digitais e lentes. Esses produtos estão dentro do grupo fotografia, segmento com maior queda nos preços nos 11 meses dentro do Índice Fipe Buscapé, com 21,8%. Os telefones celulares, que são vendidos em sites de operadoras de telefonia e em lojas varejistas, garantiram a segunda posição no indicador. O decréscimo médio dos preços do grupo foi de 19,6%.

Outros seis grupos do indicador tiveram queda média nos preços. São eles os eletrônicos (-13,4%), moda e acessórios (-9,8%), informática (-6,1%), produtos de esporte e lazer (-3%), eletrodoméstico (-2,7%) e cosméticos e perfumaria (-0,8%). Apenas os preços do grupo casa e decoração (3,9%) e brinquedos e games (6,6%) tiveram inflação entre janeiro e novembro, aponta o Índice Fipe Buscapé.

 

ELETRÔNICOS

Com nove produtos pesquisados, o grupo eletrônicos garantiu a terceira maior deflação, de 13,4%. O conversor digital, aparelho necessário para assistir canais de televisão abertos em alta definição, teve a maior queda de preços, com 23,5%. Ainda dentro do grupo, os aparelhos que reproduzem vídeo com discos blu-ray, que têm capacidade para armazenar filmes com alta resolução de áudio e vídeo, apresentou queda média nos preços de 16,1%. E os televisores deflacionaram 14,7%.




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