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Lula diz que FHC preferiu ele a Serra e desafia PSDB
Bruno Coelho
do Diário do Grande ABC
20/12/2012 | 07:58
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O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se intrometeu na oposição, na tentativa de colocar os adversários em rota de colizão, em clara intenção de desestabilizá-los desde já na preparação para a eleição presidencial de 2014.

Ontem, na posse do novo mandatário do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Rafael Marques, o petista disse que seu antecessor, Fernando Henrique Cardoso (PSDB), preferia a vitória dele na eleição presidencial de 2002 em detrimento do seu correligionário José Serra, apostando no fracasso posterior do petista.

"Houve tempo que achava que ele (FHC) preferia minha vitória à do Serra. Muita gente vinha e me dizia: Eele prefere você'. Ele achou que não daria certo e voltaria", provocou.

No encerramento de sua fala, Lula, recuperado de câncer na laringe, prometeu voltar com força à vida política a partir de 2013, sob alegação de ajudar a presidente Dilma Rousseff na reeleição e o PT a vencer as eleições estaduais no ano seguinte. "Só existe uma possibilidade de eles me derrotarem: trabalharem muito. Mas se for vagabundo em uma sala de ar-condicionado, falar mal de mim, vai perder", desafiou.

Além disso, a cerimônia sindical evidenciou o tom político em defesa do ex-presidente, que sofre questionamentos oriundos dos desdobramentos do julgamento do Mensalão, encerrado há dois dias. Ele foi endossado pela plateia e contou com a presença dos prefeitos Oswaldo Dias (PT, Mauá), Mário Reali (PT, Diadema), do futuro chefe do Executivo de Santo André, Carlos Grana (PT), e o presidente do PT paulista, o deputado estadual Edinho Silva.

Sobretudo, Lula foi citado em faixas - entre outras, uma com os dizeres "Lula é meu amigo, mexeu com ele, mexeu comigo" - em frente ao espaço reservado à imprensa.

 

AVANÇOS

Em cerca de 40 minutos de discurso, interrompido em certos momentos por aplausos e gritos de apoio da plateia, Lula enfatizou os feitos de seus oito anos de mandato, novamente citando número de escolas técnicas criadas e inclusão de alunos no Ensino Superior.

O petista afirmou que a "elite", sem esclarecer a quem diretamente se dirigia a crítica, não aceita o fato de ele ser um metalúrgico que se tornou presidente.

Para justificar o fato de ser alvo de indagações do Poder Judiciário e da imprensa, Lula usou metáforas, por meio de sua experiência sindical, para justificar a razão de ser visado pelos opositores. "Não se preocupem com os ataques. Afinal, quando os dirigentes (sindicais) falavam mal do patrão da Volkswagen, Mercedes (Benz) e da Ford, faziam isso porque eram as três maiores", exemplificou.




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