Depois de contratempos na evolução da transição de governo, o prefeito de Santo André, Aidan Ravin (PTB), se reuniu ontem pela manhã com o sucessor do Paço, deputado estadual Carlos Grana (PT), para dar o segundo passo do processo. O petebista firmou compromisso em entregar 100% das informações requisitadas pelo grupo petista. À tarde, a equipe da administração deixou preparado o material, faltando apenas dados relacionados às Pastas de Educação e Inclusão Social.

Ao todo, são 5.000 páginas com a relação da atuação de cada área. As equipes acertaram realizar contato direto com os dois titulares (Cleide Bochixio e Rafael Dalla Rosa, respectivamente) das secretarias pendentes. Os relatórios, conforme o acordo, serão apresentados pessoalmente aos representantes técnicos da área por conta do grande volume de documentos. "Os secretários estão à disposição para detalhar questões pontuais", afiançou Edson Salvo Melo, coordenador da transição governista.

Titular de Orçamento e Planejamento, Salvo afirmou que o relatório preliminar contém cópia dos contratos e convênios que extrapolam o exercício de 2012, evitando que serviços essenciais sofram prejuízo em sua continuidade. Segundo ele, os elementos emergenciais estão elencados um a um, com encaminhamentos necessários para não dar brecha de paralisar qualquer ação. "A coleta de lixo do Semasa e o abastecimento dos medicamentos em hospitais, por exemplo, são coisas que não podem parar na madrugada do dia 1º de janeiro."

Dirigente da equipe do PT, Luiz Turco adiantou que o material será enviado ao secretariado de Grana para fazer análise e cruzar os dados oficiais com os paralelos angariados anteriormente. Para o petista, os indicados avaliarão se todos os pedidos foram atendidos. "O prefeito (Aidan) deixou total liberdade para cada secretário, à medida do possível, esclarecimentos ou tirar dúvidas. Não acredito que teremos problemas", ponderou Turco.

O atraso na transição teve como justificativa a incompatibilidade de agenda. O primeiro encontro do processo ocorreu há 21 dias. Desde então, os contatos eram mantidos somente por telefone, deixando rumores de problema no repasse das informações em razão do desgaste eleitoral entre os candidatos durante o pleito e, consequentemente, derrota governista. Assessor especial do prefeito e coordenador da agenda, Euclides Marchi negou qualquer entrave. "É nossa obrigação, não tem segredo."

MEA CULPA

Turco fez mea culpa por ter cobrado o destravamento da transição por parte do governo, desconsiderando a reunião previamente marcada com Grana para ontem. Na realidade, houve desencontro de informações e, com isso, o presidente petista não teve ciência da reunião, agendada, segundo Euclides, desde terça-feira. "Foi um contratempo. Da forma passada ficou situação desagradável para o prefeito e queria corrigir essa falha pessoal."