No oitavo dia de paralisação contra as demissões do Santander o Sindicato dos Bancários do ABC obteve importante vitória. Em audiência ocorrida ontem, o TRT-SP (Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região de São Paulo) determinou a inclusão dos casos de demissão no Grande ABC na reunião de conciliação junto com o Sindicato dos Bancários de São Paulo e representantes da instituição financeira, amanhã (14), às 13h.

Na ocasião, as demissões ocorridas nas bases territoriais dos dois sindicatos serão revisadas priorizando casos como de doença, estabilidade e arrimo de família. Haverá, também, possibilidade de compensação remuneratória para as dispensas que eventualmente não foram revertidas.

Segundo balanços divulgados pelas entidades sindicais, no País foram fechadas cerca de 2.000 vagas. Desse total, 23 trabalhadores atuam nas agências do Grande ABC, que somam 43 unidades.

As demissões sem justa causa feitas pelo Santander no início da semana retrasada impulsionaram protestos por todo o País. Entre as sete cidades, por exemplo, os bancários fecharam a Agência Regional, que fica em Santo André, e inclui Mauá, Ribeirão Pires e São Caetano.

"A mobilização dos trabalhadores do Santander tem chamado a atenção dos clientes e usuários. A imagem do banco esta sendo desgastada por essa onda de demissões", falou o presidente do Sindicato dos Bancários do ABC, Eric Nilson.Até o momento, o TRT-SP mantém liminar que suspende as dispensas.

Desde o início do processo, a instituição mantém a posição. Por meio de nota, o Santander diz que realizou algumas mudanças organizacionais que levaram à diminuição de cerca de 1.000 trabalhadores. "Considerando que o banco emprega 55 mil pessoas, a redução representa cerca de 2% de seu quadro". A instituição afirma ainda que, "além de seguir as previsões legais, está implementando programa de apoio aos funcionários desligados, facilitando a recolocação no mercado."

PAÍS - Em audiência de mediação no Ministério Público do Trabalho, solicitada pela Contraf-CUT (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro) e realizada na manhã de ontem, em Brasília, a procuradora regional do Trabalho da 10ª Região, Ana Cristina Tostes Ribeiro, solicitou ao Santander o detalhamento das informações sobre as demissões efetuadas em novembro e dezembro no País, bem como cópia das informações prestadas ao Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) do Ministério do Trabalho e Emprego em 2012.

O prazo concedido ao banco foi de 24 horas.