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Braskem terá parada para manutenção em setembro

Iniciativa, que demandará R$ 238 mi, vai gerar
4.000 empregos em companhias parceiras

Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
23/07/2014 | 07:04
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Marina Brandão/DGABC


Com investimento de R$ 238 milhões, a Braskem vai realizar, a partir do dia 6 de setembro, parada programada para manutenção e modernização de suas fábricas no Polo Petroquímico do Grande ABC, que vai durar 35 dias.

A atividade, que é realizada a cada seis anos pela empresa, deve gerar cerca de 4.000 empregos temporários em 90 companhias parceiras, de áreas diversas: montagem, inspeção, engenharia, automação, limpeza, segurança etc.

De acordo com o diretor industrial, Antonio Emílio Meirelles, as contratadas já são fornecedoras habituais de produtos e serviços, entre as quais nomes como Manserv, Mills, RIP, MCE e CNO. Ele acrescenta que boa parte dos trabalhadores demandados para a iniciativa deve vir da região, com exceção de alguns poucos profissionais com qualificações muito específicas.

Para isso, a Braskem iniciou, em 2012, parceria com as prefeituras de Mauá e Santo André, e com a unidade mauaense do Senai, para oferecer qualificação – por exemplo, o curso de operador de processos industriais petroquímicos – para que os parceiros tivessem mão de obra local disponível. “Fizemos investimentos e formamos 250 jovens da região em algumas especialidades na área”, afirmou o gerente de relações institucionais, Flávio Chantre.

Meirelles explica ainda que a parada visa atender vários objetivos: além do cumprimento de norma legal que exige, a cada seis anos, a interrupção do processo produtivo no setor (as fábricas petroquímicas funcionam 24 horas por dia, de forma ininterrupta) para inspeção dos equipamentos, haverá também a execução de 38 projetos de melhoria das instalações e maquinários.

Do total de R$ 238 milhões destinados à parada, a maior parte (R$ 140 milhões) são alocados nesses projetos de modernização. Entre eles, estão a ampliação do controle automático da planta, a troca de peça do flare (torre que faz a queima de gases, para evitar que entrem em contato com o meio ambiente) e novas tecnologias de disjuntores, em subestação de energia elétrica.

Em relação à eletricidade, hoje a companhia adquire 18 MW da Eletropaulo, e outros 12 MW são gerados internamente, por meio do aproveitamento de vapor para o acionamento de turbina. A intenção é dar condições de ficar mais tempo com a fábrica operando em caso de falha no fornecimento da concessionária (por exemplo, quando há blackout).

O foco da modernização, destaca o diretor, é ampliar a confiabilidade das fábricas da Braskem no polo pelos próximos seis anos. Ele cita que, no ano passado, o índice de eficiência global (indicador que envolve desde a qualidade do produto, falta de energia, perda de produção etc) foi de 92,3%. A meta é chegar a 96%.

OUTRAS FÁBRICAS - A parada de manutenção vai envolver, além dos 4.000 temporários, cerca de 500 funcionários da própria Braskem – que conta, ao todo, com 1.100 empregados diretos na região.

E a interrupção vai ocorrer em várias áreas: tanto na central de fabricação de petroquímicos básicos (como eteno e propeno, que são matéria-prima para a produção de resinas termoplásticas, utilizadas para fazer embalagens e peças plásticas), quanto na unidade de polietilenos (um dos tipos dessas resinas), e na de especialidades químicas.

Outras fábricas, que deixarão de receber o insumo fornecido pela companhia, também vão parar no período: é caso da Solvay Indupa, situada na Vila de Paranapiacaba, em Santo André, e que adquire (por meio de dutos) o eteno para a fabricação de PVC.

CHAMA ACESA - Quem mora nas imediações do complexo fabril da Braskem (que fica em área localizada parte em Mauá, parte em Santo André) deverá perceber, no início de setembro, do dia 6 até o dia 12, no máximo, que haverá a intensificação da chama do flare, o que pode causar algum incômodo, por causa do ruído.

Meirelles assinala que isso não ocorrerá de forma contínua durante todo esse tempo e terá como objetivo a retirada gradual dos gases (muitos dos produtos da companhia, em temperatura ambiente, estão na forma gasosa, como o eteno) para que seja possível fazer a inspeção e manutenção de equipamentos, inclusive por dentro das instalações.

Quando não houver mais resíduos desses itens, o próprio flare será desligado, para a troca de equipamentos. Depois, no retorno das operações, quando a fábrica for religada, no início de outubro, haverá mais cinco dias em que a chama ficará mais alta.

Isso será necessário, aponta o diretor da Braskem, para que a empresa consiga atingir os níveis de especificação dos produtos, de acordo com as exigências dos clientes.
 




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