O prefeito Lauro Michels (PV) sinalizou que não realizará o Carnaval em Diadema pelo terceiro ano consecutivo. Na segunda-feira, o verde voltou a criticar as subvenções às escolas de samba e adiantou que adotará “novo molde” para a Folia no município, modelo este que dispensa os tradicionais desfiles das agremiações e opta por apresentações simbólicas, em único dia.

Lauro classificou como “inviável” a emenda do presidente da Câmara, Manoel Eduardo Marinho, o Maninho (PT), que garantia R$ 1 milhão à realização do festejo – o Diário já havia antecipado que ele vetaria a proposta. “O Maninho está querendo fazer coisa desvirtuada. Nós fazemos o Carnaval todos os anos no novo molde. O Carnaval não pode deixar de existir. Se não for por desfile, será de outra forma, como marchinha nas escolas”, exemplificou o prefeito, que prepara veto à emenda do petista. “Vereador gosta de inventar a roda”, completou.

Para justificar a medida, Lauro argumentou que a Aesda (Associação das Escolas de Samba de Diadema) possui restrições junto ao TCE (Tribunal de Contas do Estado). O órgão contestou repasses feitos pela Prefeitura às agremiações na gestão do ex-prefeito Mário Reali (PT, de 2009 a 2012). “Eles receberam recursos e não prestaram contas. Não vou colocar dinheiro público onde pode me causar problemas no futuro.”

A Aesda, por sua vez, alegou não ter envolvimento com as subvenções já realizadas à extinta Liesda (Liga das Escolas de Samba de Diadema). A entidade foi criada justamente para substituir o grupo questionado pelo TCE. Recentemente, a Aesda voltou a alterar sua nomenclatura para conseguir obter novo CNPJ (Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica) – até então era chamada de Uesda (União das Escolas de Samba de Diadema).

“Ele (Lauro) tem de questionar a Liga, não a gente. Não temos nenhuma dívida, até porque não fizemos nenhum Carnaval”, contestou o presidente da associação, Jurandir de Sousa.

Maninho classificou as falas de Lauro como “piada” e deixou a entender que articulará para derrubar o veto caso o verde insista em não avaliar sua emenda. “Foi aprovada por unanimidade. Diferentemente dele (de quando foi parlamentar), a gente trabalha em benefício dos movimentos populares”, criticou o petista.