Vereador mais votado de Diadema em outubro, o ex-deputado José Augusto da Silva Ramos (PSDB) deve assumir a Secretaria de Saúde no governo do prefeito eleito Lauro Michels (PV). O convite foi formalizado nesta semana, depois de Maridite Cristóvão de Oliveira (PSDB), mulher de José Augusto, ter refutado chamado de Michels para liderar a Pasta mais complexa da administração diademense.

A negociação para a ida de José Augusto ao primeiro escalão da gestão verde foi antecipada pela iminência da decisão do STJ (Superior Tribunal de Justiça) sobre o processo que avalia o concurso público para contratação de médicos aberto em 1992, época em que o tucano era prefeito de Diadema. Na ocasião, ele concorreu e foi aprovado no certame, juntamente com Maridite e aliados que compunham a comissão avaliadora do processo seletivo.

José Augusto teria confidenciado a amigos que dificilmente se livrará de punição no STJ - ele já perdeu em primeira e segunda instâncias. A pena pode variar de multa a até cassação dos direitos políticos, o que ocasionaria a perda imediata da cadeira conquistada em outubro. Há possibilidade, inclusive, da anulação dos 7.254 votos obtidos. Esse fato que tiraria também o outro vereador tucano eleito, José Dourado, da Casa, além de impedir que o suplente Atevaldo Leitão (PSDB) herde a cadeira deixada pelo cacique tucano.

O ex-parlamentar deve assumir o comando da Pasta de Saúde porque Maridite optou por continuar na diretoria do Hospital de São Mateus, na Zona Leste da Capital. Pesou na decisão de Maridite a diferença salarial - ela recebe quase R$ 15 mil e, em Diadema, ganharia cerca de R$ 9.000 - e a proximidade de sua aposentadoria, que deve sair no ano que vem.

A tucana foi terceira colocada na eleição para a Prefeitura, com 21.388 votos. No segundo turno, foi uma das entusiastas do apoio do PSDB a Michels, a despeito de divergências passadas entre seu marido e o então candidato a prefeito pelo PV.

Michels não quis comentar a possível ida de José Augusto ao primeiro escalão. O tucano não atendeu aos telefonemas do Diário.

Por integração gratuita, prefeito eleito se encontrará com Alckmin

O prefeito eleito de Diadema, Lauro Michels (PV), tenta confirmar agenda com o governador Geraldo Alckmin (PSDB) para próxima semana. O intuito é tratar a busca por novo convênio entre município e Estado para integração gratuita nos terminais de Diadema e Piraporinha da EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos). O verde afirma que houve falha da administração de Mário Reali (PT) por, segundo ele, não se esforçar para manter o benefício.

A cobrança de integração nos terminais deve ocorrer ainda neste ano e terá grande impacto no bolso do usuário. Quem depende da frota municipal e da EMTU desembolsará R$ 2,80 (tarifa local) e, a princípio, gastará mais R$ 1 por baldeação.

"Terei de criar esse convênio junto ao Estado para as pessoas pagarem um valor menos agressivo. Houve falha da não renovação com a EMTU. Não sei por que o fizeram. Quero a integração (de volta) já para o ano que vem. Pretendo falar com secretário de Transporte do Estado (Jurandir Fernandes) e com presidente da EMTU (Joaquim Lopes da Silva Júnior) para solucionar isso", discorre.

Outro ponto que Michels deseja tratar no Palácio dos Bandeirantes é a situação da Saned (Companhia de Saneamento de Diadema), cuja dívida é estimada em R$ 685 milhões com a Sabesp. Lembrando o exemplo da ETCD (Empresa de Transporte Coletivo de Diadema) ao ter suas linhas privatizadas por conta de passivos avaliados em R$ 110 milhões, o verde vê risco de perder o comando total da autarquia, responsável pela distribuição de água na cidade, para o Estado.

Michels também abordará com Alckmin a instalação do Centro Lucy Montoro e agilizar a criação do Centro de Cultura em Diadema.