Política Titulo São Bernardo
OAS, Emparsanco e PT: triangulação por Marinho
Mark Ribeiro
Rogério Santos
30/11/2012 | 07:33
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Ricardo Trida/DGABC


 

A candidatura de reeleição do prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT), contou com aporte pesado das empreiteiras OAS e Emparsanco. Ambas as empresas ostentam contratos milionários com a municipalidade, alguns irregulares e que são alvo do Ministério Público.

Além dos R$ 370 mil doados diretamente ao petista (considerando também a eleição de 2008, conforme o publicado pelo Diário no dia 22), as companhias utilizaram o PT para, indiretamente, repassar mais R$ 1,468 milhão à campanha bem-sucedida do chefe do Executivo, reeleito em outubro no primeiro turno.

A triangulação serve como tentativa de maquiar as doações das empresas ao então candidato. Repasse milionário diretamente ao CNPJ da campanha de Marinho evidenciaria ainda mais o conflito de interesses na relação em virtude dos contratos mantidos por OAS e Emparsanco com a Prefeitura.

As duas construtoras doaram R$ 5,450 milhões ao PT. Os valores se assemelham. A OAS destinou R$ 2,8 milhões, sendo R$ 1,950 milhão ao diretório nacional (em cinco depósitos) e R$ 950 mil para o estadual (em outros três).

Já a Emparsanco deu R$ 2,650 milhões ao partido, sendo R$ 1,750 milhão para a cúpula federal (em 12 transferências) e R$ 900 mil para a paulista (outras quatro transações).

Em contrapartida, Marinho recebeu R$ 1,373 milhão do PT nacional (em dez repasses) e R$ 95 mil do estadual, em depósito único. As informações constam na prestação de contas eleitorais enviadas pelo prefeito e pelo partido ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

 

FATIA GORDA

O valor transferido pelo comando petista a Luiz Marinho representa 30% das doações recebidas pelo prefeito - o montante é de R$ 4,961 milhões. Significa também 27% dos R$ 5,450 milhões depositados por OAS e Emparsanco nas contas dos diretórios do PT.

O prefeito se esquiva de comentar a relação obscura mantida com as empresas.

 

Índio se cala sobre empresa sonegada

 

O vereador eleito de São Bernardo José Alves da Silva, o Índio (PR), manteve o silêncio como tática e segue sem explicar a omissão de sua empresa, a JS Segurança, da declaração de bens enviada à Justiça Eleitoral.

A equipe do Diário voltou a procurar Índio ontem em sua residência, na Vila Marchi, que também é a sede da firma. Ele se recusou a atender a reportagem.

A omissão do republicano pode complicar sua diplomação como vereador, marcada para o dia 19. Ficha cadastral emitida pela Junta Comercial do Estado mostra ele como titular da empresa.

Na quarta-feira, Índio disse ao Diário que a JS Segurança presta serviços à construtora H.Guedes, que tem contratos assinados com a Prefeitura no valor de R$ 90,2 milhões.

O político foi supervisor de segurança da OAS por 12 anos. Desde 2009, quando Luiz Marinho (PT) assumiu o comando da Prefeitura, a empreiteira firmou oito contratos com a municipalidade, que totalizam R$ 735 milhões, alguns deles irregulares.

As atribuições de Índio na OAS iam além do cargo para o qual foi contratado. Com o cargo de chefia, tinha carta branca para interferir nas obras.

 

 




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