Deboches, histórias hilárias e canções com muito, muito peso. É disso que se trata o resultado da pesquisa realizada pelo Matanza. A banda coloca nas prateleiras 'Thunder Dope' (Deck Disc, R$ 28,90 em média), seu novo disco com velhas e desconhecidas canções.

A empreitada traz bom apanhado de 13 músicas feitas pelos roqueiros em tempos primórdios e que acabaram no esquecimento ou quase. "O maior problema foi lembrar das músicas e das letras, mas o maior problema mesmo foi que isso estava dentro das nossas cabeças, e bem...você sabe, né?", brinca o vocalista Jimmy.

O disco traz composições registradas em fitas demo do início da banda como 'Gore Doom Jamboree', primeira faixa escrita pelos cariocas. Ficou fora do disco de estreia. Tem ainda 'Sunday Morning After', música anterior ao Matanza e 'Devil Horse', que fechava a segunda demo do grupo e ficou de fora, pois tinha letra em inglês.

Segundo Jimmy, a ideia do disco é mostrar ao público como foi a formação musical do Matanza. Ele conta que as músicas não tiveram alteração. "Só as que não tinham sido finalizadas foram completadas. O resto veio ao mundo exatamente como nasceu", diz.

Outra que ilustra o disco é 'She's Evil But She's Mine'. Surgiu da ideia de fazer a música mais rápida que fosse possível tocar. Foi abandonada na época das demos pois a banda nunca conseguia tocá-la direito. Agora, segundo Jimmy, eles podem. "Opa! A gente se amarra", brinca.
Analisando esse trabalho, Jimmy acredita que pouca coisa mudou na essência musical da banda. "Isso também era uma coisa que gostamos de mostrar com esse disco", diz. Ele conta ainda que ressuscitar esse material todo foi muito divertido e que foram bons os tempos em que escreveram esse cancioneiro.

"Quando começamos a tocar essas músicas, foi rolando um flashback forte. Tão forte que acabei de ressaca", brinca. Se além dessas, a banda ainda tem algum outro trabalho perdido nem ela sabe. "A memória engana. No momento eu não lembro. Ou lembro", conta o músico.

A banda apresenta também o Matanza Fest. Com a ideia de fomentar a cena roqueira nacional, o festival roda por algumas cidades e convida bandas de cada região para subirem ao palco.

Jimmy conta que a ideia veio da vontade de fazer um show com tudo que o público e as bandas merecem. "Nada a mais ou a menos do que isso."

A primeira parada é domingo, em Porto Alegre. Em São Paulo o festival aporta dia 15, na casa A Seringueira. Os ingressos custam de R$ 20 a R$ 70.