Após manifestar intenção em ocupar cargo de destaque no primeiro escalão do prefeito eleito de São Caetano, Paulo Pinheiro (PMDB), o PT formalizou interesse em três secretarias: Educação, Esportes ou Desenvolvimento Econômico. Filha do peemedebista, Gica Pinheiro analisa o pedido.

A primeira opção dos petistas é Educação. A cobrança teria vindo do PT de São Bernardo, que foi acusado pelo prefeito José Auricchio Júnior (PTB) de apoiar veladamente a candidatura de Pinheiro. A hipótese já foi descartada por Gica. O cargo seria o único que o vereador eleito pela sigla, Pio Mielo, toparia assumir. "Seria um erro estratégico abrir mão de um mandato para ocupar um cargo que não é da minha área", pontuou o futuro parlamentar.

Gica, que ocupará o influente cargo de assessora especial do prefeito no próximo governo, negou que haja cobrança de São Bernardo, mas admitiu diálogo com Pio. "Isso não existe mesmo. Não temos um governo vendido para nada, nem ninguém. Estou conversando com os 19 (vereadores eleitos). O Pio é um deles, eu não estou olhando partido."

Os outros dois pedidos foram formalizados pela cúpula são-caetanense. "Caso haja esse diálogo nós temos bons quadros técnicos e políticos para indicar", comentou Pio. Postulantes ao Legislativo que não obtiveram sucesso na eleição como Ricardo Rios e Vera Severiano são nomes cogitados pela sigla. O espaço no Executivo é visto como estratégico para recolocar o PT em caminho promissor.

Desde 2004, quando Hamilton Lacerda disputou o Paço com Auricchio e obteve 32,18% dos votos - o melhor desempenho da história -, o PT registrou resultados pífios nas últimas duas eleições municipais.

O partido também se envolveu em dois casos que prejudicaram sua reputação. Em 2006, Lacerda foi um dos protagonistas do escândalo dos Aloprados, em que petistas tentavam comprar dossiês que ligavam tucanos à Máfia dos Sanguessugas, esquema que superfaturava compra de ambulâncias em prefeituras paulistas. No pleito de outubro, o então prefeiturável, vereador Edgar Nóbrega, desistiu da disputa após divulgação de vídeo em que ele aparece ao lado do ex-secretário de Governo Tite Campanella (DEM) em suposta negociação de ‘mensalinho' e oposição branda na Câmara.