Mesmo com a derrota por 1 a 0 para a Alemanha, a seleção da Argentina foi recepcionada de forma calorosa, ontem, em Buenos Aires. Centenas de torcedores foram ao aeroporto de Ezeiza para receber os vice-campeões mundiais e também estavam nas ruas para saudá-los no trajeto até a sede da AFA (Associação de Futebol Argentino).

No início da tarde, os jogadores participaram de encontro com a presidente Cristina Kirchner, que agradeceu a maneira como a seleção defendeu as cores do país. “Eles defenderam as cores (da bandeira) com orgulho. São leões!”, bradou ela.

A presidente, ao vivo em rede nacional, falava no centro de um cenário, rodeada pelos jogadores, enquanto ia chamando “los muchachos” para falar, como se fosse um programa de auditório. 

No encontro, Messi fez breve pronunciamento. “A maneira como fomos recebidos foi espetacular. Gostaria de ter trazido a Copa, nós tentamos”, disse o camisa 10.

Messi também comentou as críticas que a seleção recebeu antes do Mundial. “Conseguimos chegar à final e jogamos de igual para igual com o adversário. Saímos com muitas dúvidas dos torcedores e da imprensa e nos fizemos mais fortes que nunca”, comentou.

A recepção de ontem foi bem diferente do que se viu no domingo, após a final contra a Alemanha, quando uma batalha campal entre jovens e a polícia manchou o dia em Buenos Aires. 

Pelo menos 20 pessoas ficaram feridas e 30 foram presas por causa de incidentes graves, confirmou a agência estatal Telam. 

Milhares de pessoas foram espontaneamente ao Obelisco, no centro de Buenos Aires, para comemorar com bandeiras, fogos de artifício e músicas o segundo lugar na Copa. Já no fim da noite, jovens, alguns sob efeitos do uso de álcool e drogas, avançaram sobre a multidão com a intenção de praticar roubos. A polícia presente ao local tentou dispersá-los com gás lacrimogêneo e jatos de água.

Longe de se intimidarem, os jovens atiraram pedras e paus em direção à polícia, enquanto os outros torcedores que estavam no local, muitos deles sendo famílias com crianças, correram com medo para se abrigar. Durante a ação policial, os vândalos escapavam pelas avenidas que cercam o Obelisco saqueando lojas. Eles também causaram danos em um teatro da região central da cidade.

(do Estadão Conteúdo)