Mauá deve ficar sem vice-prefeito já nos primeiros dias do governo Donisete Braga (PT). Número dois da chapa vencedora em outubro, Hélcio Silva (PT) está próximo de assumir mandato em Brasília. O petista, suplente de deputado federal, é beneficiado pela formação da equipe de governo de Fernando Haddad (PT) na Capital.

Sem vice, caso Donisete faça viagem ou tire férias, o presidente da Câmara assumirá provisoriamente o Paço. Dessa forma, o cargo no Legislativo terá disputa ainda mais acirrada.

Hélcio recebeu 64.938 votos na eleição de 2010, quando concorreu ao Congresso. Pela votação, ficou como quinto suplente da coligação do PT. Subiu degraus com a ida de Aldo Rebelo (PCdoB) para o Ministério do Esporte, em 2011, e com a eleição de Carlinhos Almeida (PT) para a prefeitura de São José dos Campos, no mês passado.

Ontem, Haddad confirmou os deputados federais petistas José de Filippi Júnior (Diadema) e Jilmar Tatto como os futuros secretários de Saúde e de Transportes de São Paulo, abrindo mais duas cadeiras na Câmara Federal a partir de janeiro. Francisco Chagas e Iara Bernardi serão os substitutos.

Também deputados federais pelo PT, Ricardo Berzoini e Carlos Zarattini são fortemente cotados para integrar o primeiro escalão de Haddad. Se pelo menos um deles for chamado e aceitar o convite, Hélcio assumirá o mandato em Brasília.

"Já consultei o Donisete (Braga, PT, prefeito eleito) e há consenso sobre o quanto Mauá ganhará com um deputado federal. Vou tomar posse como vice-prefeito (em 1º de janeiro) e aguardar a convocação da Câmara", projeta Hélcio. A avaliação é de que é melhor ter voz ativa em Brasília do que se prender a cargo de expectativa em Mauá.

Durante a campanha eleitoral deste ano, Donisete projetou abrir escritório em Brasília para facilitar a articulação pela captação de recursos junto ao governo federal, estrutura que seria dispensada com o mandato de Hélcio. "Já teríamos o gabinete de deputado. Caso assuma, meu principal compromisso será conquistar verbas para Mauá", sintetiza o vice eleito.

Se a expectativa se confirmar, o Grande ABC manterá quatro cadeiras na Câmara dos Deputados. A ausência de Filippi seria compensada pela presença de Hélcio. Também representam a região Vicentinho (PT-São Bernardo), William Dib (PSDB-São Bernardo) e Vanderlei Siraque (PT-Santo André).

Já Mauá voltaria a ter deputado federal após oito anos. O último foi Wagner Rubinelli (PT), que ocupou o posto como suplente entre 2003 e 2005. Além do petista, só José Carlos Grecco (PMDB, 1986 a 1990) representou Mauá na Câmara Federal.

Oswaldo comemora contas aprovadas e critica parecer do TCE

Um dia depois de ter as finanças de 2009 do Paço aprovadas pela Câmara, o prefeito de Mauá, Oswaldo Dias (PT), comemorou ter sido salvo pelos vereadores e criticou o parecer do TCE (Tribunal de Contas do Estado), que opinou pela reprovação da peça.

O relatório da corte apontou 32 irregularidades no empenho das verbas no primeiro ano do terceiro e atual mandato de Oswaldo. Entre as falhas, constatou a ineficiência na comprovação de gastos e a não aplicação do percentual mínimo de 25% do valor arrecadado com impostos e transferências na Educação - a margem atingiu 20,27%.

Apesar dos apontamentos, o Legislativo derrubou o parecer por 14 votos a 2 e, no julgamento político, salvou o prefeito de mais uma condenação - está inelegível até 2020 pelo caso Túnel do Tempo.

Oswaldo atribuiu a reprovação do TCE a divergência de entendimentos. "Pelos critérios do tribunal, raramente se atinge os 25% na Educação. Prudentemente colocamos 26%, 27% e o TCE tirou."

A fala é em virtude de a corte ter sentenciado que a coleta de lixo nas escolas não deve ser efetuada com verba da Educação. "Acredito que não falhamos. O que é gasto na Educação tem de ser contabilizado na Educação. Em outros anos colocamos merenda e uniforme e o tribunal orientou para desassociar. Daqui a pouco vai querer que se atinja os 25% só com o pagamento de professores", disse o petista, contrariado.