Economia Titulo Balanço
Cresce número de pedidos de falência no País
Soraia Abreu Pedrozo
Do Diário do Grande ABC
15/11/2012 | 07:14
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O cenário composto pela fraca atividade econômica, o aumento da inadimplência do consumidor, a redução das exportações por conta da crise na Europa e a concorrência desleal com itens importados prevaleceram durante o ano todo e, consequentemente, refletiram na estabilidade das empresas. Foram registrados, de janeiro a outubro, 1.654 pedidos de falência em todo o País - montante 13,8% maior do que o registrado no mesmo período do ano passado. Os dados integram o Indicador Serasa Experian de Falências e Recuperações, divulgado ontem.

Quando a companhia não está com boa saúde financeira e começa a dever, atrasa primeiro tributos e, depois, deixar de pagar seus fornecedores, passando a acumular títulos protestados. Daí é um passo até que sua falência seja requerida, seja pelos donos ou pelos fornecedores. "Isso geralmente é feito como forma de pressão para que as dívidas sejam pagas", explica o economista da Serasa Experian Carlos Henrique de Almeida.

Para evitar que a falência seja decretada, no caso de não ter recursos para quitar suas contas em aberto, a firma entra em recuperação judicial. Os pedidos de recuperação deram salto de 57,3% de janeiro a outubro frente ao acumulado do ano passado, com 650 requerimentos. O número de falências decretadas, por outro lado, cresceu 4,7%, com 592 encerramentos.

A maioria maciça das companhias listadas nesses processos é de micro ou pequenas empresas. Segundo Almeida, isso ocorre porque, além de serem mais frágeis financeiramente, a quantidade delas é muito superior às de médio e grande portes. A maioria, diz o economista, está nos setores de comércio e serviços. O consumidor inadimplente compra menos e não paga o que deve, o que afeta principalmente as firmas no setor do varejo.

Por outro lado, as médias e grandes, mais concentradas na indústria, também são prejudicadas pelo ritmo mais lento da atividade econômica. Além disso, mesmo com o dólar a R$ 2,06, favorável às exportações, há poucos pedidos, já que os países europeus estão comprando menos. Ao mesmo tempo, a concorrência desleal com itens importados contribui para o menor faturamento das empresas.

A boa notícia, de acordo com Almeida, é que em outubro o volume de pedidos de recuperação judicial diminuiu, na comparação com setembro, de 57 para 49. "Os dados apontam os primeiros sinais de recuperação da economia. Por conta da proximidade do fim do ano e das encomendas para o Natal, há empresas que estão gerando receita e, portanto, não estão mais em dificuldade."

 

 




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