Depois de mais de um ano de luta até liberar o Bruno Daniel para receber jogos com a presença de torcedores, o Santo André se volta para outra luta fora das quatro linhas. A pouco mais de dois meses da estreia na Série A-2 do Campeonato Paulista, o gramado do estádio não tem a mínima condição de ter partidas. A falta de manutenção fez com que plantas das mais variadas espécies brotassem, algumas chegam à altura do joelho e, inclusive, estão dando flores.

A situação é reflexo do descaso com que o estádio foi tratado nos últimos anos pela administração municipal. Desde agosto de 2010, quando o contrato com a World Sports foi rompido, a manutenção é realizada por funcionários da Prefeitura, mas em número insuficiente e sem conhecimento específico. Hoje, apenas quatro homens trabalham no local e não dão conta dos 105 metros de comprimento por 66 de largura. O resultado são plantas crescendo por todos os lados, o que compromete o uso do estádio para treinos e jogos.

“Faltam 11 semanas para estrearmos na Série A-2. Passa rápido. A manutenção do gramado precisa ser feita hoje, já. Não queremos arena, sonhamos apenas com gramado em condições de jogo. O que temos aqui é um pasto. Santo André está largada como se a cidade fosse um vilarejo. Isso é uma vergonha”, esbravejou o diretor de futebol do Ramalhão, Sérgio do Prado.

Sem dinheiro até para fazer contratações, o dirigente diz que pagou do bolso para que a grama pudesse ser aparada durante a Série C. “Isso é um bem público. Em janeiro vamos passar vergonha na Série A-2. É preciso que algo seja feito agora porque demora para a grama criar raiz. Não é falta de dinheiro e sim de vontade. A Prefeitura podia remanejar funcionários de outros locais para resolver o problema”, sugeriu.

Diretoria deve anunciar primeiras contratações nos próximos dias

O diretor de futebol do Santo André, Sérgio do Prado, evita dar muitas pistas, mas o time pode acertar os primeiros reforços para a disputa da Série A-2 do Campeonato Paulista até o fim da semana. As negociações com os jogadores desejados estão avançadas, mas os nomes e as posições são mantidos em sigilo.

Ainda há boas possibilidades de renovar os vínculos com os nove atletas que disputaram a Série C do Campeonato Brasileiro, mas têm contratos com o Ramalhão vencendo até dezembro – casos do goleiro Vinicius, dos zagueiros Júnior Paulista e Tyrone Power, do lateral-esquerdo Raul Diogo, dos volantes Lucas Louzã, Claudio Britto, Juninho e Célio, e do meia Clécio.

Alguns desses jogadores interessam ao técnico Itamar Schulle, mas a diretoria está negociando as adequações salariais individualmente, tendo em vista que, com o rebaixamento para a Quarta Divisão, a situação financeira do clube não é das melhores.

A única certeza de Sérgio do Prado é que o Santo André montará um time para as duas competições da temporada. “Vamos entrar firme tanto na Série A-2 como na Série D. Os jogadores que estamos contratando terão contratos até o fim da temporada para aproveitarmos o entrosamento do Estadual”, confirmou.