A equipe de transição do prefeito eleito de São Caetano, Paulo Pinheiro (PMDB), questionou variações na arrecadação prevista na LOA (Lei Orçamentária Anual) de 2013. O item que mais intrigou o grupo foi a perda de R$ 33 milhões na receita da Saúde, área que o peemedebista promete dar prioridade em seu futuro governo.

O porta-voz do grupo de transição de Pinheiro, Sallum Kalil Neto, disse que a análise foi feita com base no incremento médio de 14% na previsão orçamentária de 2012 para 2013, ou R$ 893,8 milhões para R$ 956,685 milhões. De setores em que a previsão de receita variou de maneira "muito diferente" da média foram solicitadas explicações técnicas do prefeito José Auricchio Júnior (PTB).

Além da Saúde, a equipe do peemedebista questionou outros seis pontos orçamentários que variaram na previsão deste ano para o ano que vem. Serviços Urbanos passou de R$ 32 milhões para R$ 87 milhões; Planejamento e Gestão foi de R$ 29 milhões para R$ 63 milhões; Mobilidade Urbana ganhou R$ 8,6 milhões a mais; Fazenda incrementou a previsão em R$ 4,4 milhões; Meio Ambiente obteve mais R$ 627 mil; taxa do lixo cresceu de R$ 30 milhões para R$ 42 milhões.

"Quando você tem uma previsão de arrecadação superestimada e ela não vem, você tem um buraco. Pedimos para eles verificarem essas variações", salientou Kalil. Apesar dos questionamentos, a LOA de São Caetano tradicionalmente tem margem de 100% para remanejamento e deve ser assim para o próximo ano. "É planejamento feito por eles baseado na evolução da arrecadação. Dúvidas e esclarecimentos são importantes antes de pensar em remanejar algo", disse Kalil.

Ele evitou fazer especulações sobre eventual ‘herança maldita' e destacou que a postura da equipe de transição é técnica e só vai se posicionar de maneira política quando tiver dados concretos.

A lista de pagamento de funcionários foi entregue durante reunião das equipes no Palácio da Cerâmica, ontem. Segundo Kalil, ainda não foi possível precisar o número de empregados e o valor total da folha. O próximo encontro está marcado para amanhã. "Se houver tempo hábil de analisar e houver dúvidas, vamos questionar."

O documento é visto por aliados de Pinheiro como peça fundamental na composição do secretariado. Ainda sem definir nomes, o prefeito eleito voltou a afirmar ontem que as ecolhas serão "só em dezembro".