Nilson Bonome foi reeleito ontem presidente da comissão provisória do PMDB de Santo André. A escolha foi feita por unanimidade entre os cerca de 40 integrantes do diretório estadual do partido.

Havia rumores de que o peemedebista perderia espaço no partido após o pleito que elegeu Carlos Grana (PT) prefeito, mas, com a definição da cúpula paulista da sigla, Bonome fica ainda mais forte.

São duas as missões do comandante do PMDB andreense: organizar em 90 dias a eleição interna para definir o líder da executiva definitiva da legenda e delinear a posição do partido diante do governo petista que começa em janeiro.

Bonome comentou sobre os objetivos que tem pela frente. "Vamos trabalhar para ficar à frente do PMDB, para mantê-lo fortalecido, como fizemos nesse período em que conduzimos os rumos da sigla. E vamos conversar com a direção e os vereadores eleitos (José de Araújo e Sargento Juliano) para resolvermos juntos o caminho que tomaremos diante da próxima gestão", discorreu.

O peemedebista concorreu ao Paço em outubro. Ficou em quarto lugar, entre seis prefeituráveis, ao obter 4,77% dos votos válidos (17.333). No segundo turno declarou apoio pessoal ao projeto de reeleição do prefeito Aidan Ravin (PT), o qual sucumbiu à campanha petista.

Apesar de Bonome aderir à candidatura petebista, integrantes da executiva municipal do partido formalizaram apoio a Carlos Grana. Atitude criticada por Araújo e Juliano, parlamentares reeleitos pelo PMDB.

E, mesmo com cenário interno complicado de gerenciar, o presidente da agremiação ressalta que organizará a casa para tomar a melhor decisão: se será oposição ou base aliada ao PT. "As discussões começam do zero."

O PMDB é peça chave para o futuro prefeito ter maioria absoluta na Câmara. Atualmente, nove dos 21 parlamentares eleitos compõem o bloco governista. São necessários 11 para obter maioria simples e 14 para atingir 2/3 e aprovar projetos mais complexos. Conversas de petistas com PTdoB, que possuirá duas cadeiras no Legislativo, já estão adiantadas. Os peemedebistas, se optarem pela trincheira da sustentação, tornariam a governabilidade da gestão Grana mais factível.

RESISTÊNCIA

Se a eleição interna fosse hoje (tem de ser organizada em 90 dias), Bonome teria resistência para assumir a executiva definitiva do PMDB. "Eu e Juliano vamos montar uma chapa para disputar a presidência . O Bonome tem o direito de fazer uma", disse Araújo, que era o presidente, mas entregou o cargo antes do processo eleitoral. "Vamos conversar", resumiu o atual mandatário.