Os petistas do Grande ABC minimizaram a decisão em caráter liminar do TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo) que anulou convenção do partido no Estado, que homologou todas candidaturas da legenda. A medida inclui pleiteantes a deputado estadual e federal, a empreitada do ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha ao Palácio dos Bandeirantes e a tentativa de reeleição do senador Eduardo Suplicy. Até o julgamento, os postulantes ficam sub judice.

A Justiça concedeu sábado medida provisória favorável ao deputado estadual Luiz Moura (PT), suspenso pela sigla após acusação de suposta ligação com a facção criminosa PCC. A punição excluiu o petista do processo de efetivação de candidaturas. O juiz Fernando Oliveira Camargo determinou reinclusão do parlamentar na chapa e invalidou a convenção partidária.

O presidente do PT paulista, Emidio de Souza, garantiu, por nota, que vai recorrer da deliberação do TJ-SP. “A sociedade exige que os partidos políticos ajam com rigor na escolha de seus filiados e candidatos. Em sintonia com esse sentimento, o PT empreenderá todos os esforços para fazer valer decisão soberana, democrática e pela ética na política.”

Vice-presidente do diretório estadual do PT, Rozane Sena, a Zaninha, justificou que o procedimento adotado com Moura se deu pela proximidade com a convenção – a suspensão se efetivou duas semanas antes do encontro. “Não vejo como erro, porque víamos que era a forma mais viável naquela situação”. O grupo que defendeu a suspensão se sentiu traído.

Embora demonstre otimismo com o processo, o presidente do petismo de Santo André e postulante a deputado estadual, Luiz Turco, discordou da correligionária e não hesitou em dar puxão de orelha. “Deveriam ter feito o serviço direito. Se entenderam que ele (Luiz Moura) merecia punição, que o expulsasse do partido e não o suspendesse.”

Coordenador do PT na região, Claudinho da Geladeira não sabia da liminar, porém depreciou a decisão. “Não dá para acreditar que isso irá de fato se concretizar”, analisou. Deputado federal e candidato à reeleição, Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho (PT), destacou a “autonomia do partido” em escolher os nomes que vão figurar as urnas em outubro. “Foi apenas liminar. Confiamos que o julgamento será favorável à convenção.”

Regionalmente, o PT possui 13 representantes. Cinco petistas buscarão assento em Brasília e sete concorrerão à vaga na Assembleia Legislativa.