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Salles diz ter sido fiel da
balança para vitória do PT

Ao analisar seu voto, o pedetista avalia que, ao menos,
conseguiu transferir ao petista dois terços do eleitorado

Fábio Martins
do Diário do Grande ABC
05/11/2012 | 07:23
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O ex-prefeiturável Raimundo Salles (PDT) considera que foi o fiel da balança para a vitória da candidatura do PT em Santo André, encabeçada por Carlos Grana, com o apoio formal ao ex-concorrente. Ao analisar seu voto como personalizado, o pedetista avalia que, ao menos, conseguiu transferir ao petista dois terços do eleitorado, o equivalente a 32 mil sufrágios, tornando-se, segundo ele, decisivo no segundo turno. "Me dediquei intensamente. Não me intimidei, entrei de corpo e alma à campanha. Por isso, acredito que construí a ponte."

Salles conquistou 48,7 mil votos no primeiro turno. Grana teve aumento de 49 mil sufrágios de uma etapa para a outra. Logo nos primeiros dias após o pleito, o pedetista aderiu ao projeto do PT. O acordo, na realidade, já havia sido costurado com o articulador regional petista e prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho. "Alinhamos em abril um trato de que quem passasse para o segundo turno apoiaria o outro", revelou o pedetista.

Apesar do acerto preliminar, lideranças políticas regionais, como os deputados William Dib (PSDB, federal) e Alex Manente (PPS, estadual), buscaram demover a união PDT-PT. Os dois são ligados a Salles e, por isso, tentaram formar frente antipetista em torno da candidatura governista de Aidan Ravin (PTB). Dirigentes partidários no âmbito estadual também procuraram reverter o quadro em favor do petebista. Em vão.

Aidan só teria êxito nas urnas, na análise do ex-prefeiturável, caso ele e Nilson Bonome (PMDB) não fossem candidatos. "Se o prefeito quisesse ganhar de fato, não poderia permitir esse cenário. Ele estava mal avaliado e repetiu a chapa (com a vice Dinah Zekcer, PTB). Resultou na derrota."

Segundo Salles, a determinação em cumprir o acordo pré-estabelecido, aliado ao perfil de Grana, influenciou na decisão de apoiar o PT, partido que sempre combateu. "Contribuiu o aspecto do Grana ter construção política, diferentemente de outras forças do PT que se apresentaram em 2008 (Vanderlei Siraque). É mais humilde. Para mim, ele é maior que o PT por ampliar o leque de aliados também pelo lado pessoal."

Com a participação efetiva no segundo turno, Salles é cotado para formar o primeiro escalão do governo Grana, especialmente na Secretaria de Cultura. O ex-prefeiturável nega acordo, classificando que não possui pretensões de ocupar espaço de "poder pelo poder". "Não foi debatido ainda e só aceitaria discussão (de cargo), caso sejam considerados aspectos de natureza política, visando projeto maior. Teria de estar convencido de que o conjunto me parecesse capaz de fazer a diferença."




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