A tentativa de inserir os vereadores de São Bernardo no mundo digital visando a redução de gastos com impressão de papel não deu certo. Em maio, a Câmara entregou um tablet para cada um dos 21 parlamentares, mas os aparelhos não estão sendo utilizados durante as sessões.

Outros cinco tablets foram comprados para os assessores técnicos do Legislativo. Cada aparelho custou para a Casa R$ 1.174, totalizando R$ 30.524.

Com o aumento de 21 vereadores para 28 a partir do ano que vem, mais tablets deverão ser comprados pelo Parlamento.

O presidente da Câmara, Hiroyuki Minami (PSDB), defensor da iniciativa, é o único que chega ao plenário do Teatro Cacilda Becker (onde são realizadas as sessões legislativas) portando o equipamento.

À época em que os aparelhos foram entregues, Minami justificou que o objetivo era diminuir os gastos com impressão de papel, que chega a 200 mil impressos por ano, além de adaptar a Câmara às inovações tecnológicas.

A entrega dos tablets foi contestada por alguns vereadores. Alguns afirmaram não saber utilizar o equipamento.

A bancada do PT foi a mais arredia. Tanto que os seis representantes do partido na Casa devolveram os computadores dois dias após serem ‘presenteados'.

Os petistas atribuíram a atitude à falta de comunicação de Minami com os parlamentares e alegaram que o Legislativo tem outras prioridades, como a manutenção do prédio.

Outros parlamentares também devolveram o tablet. "Eu não utilizo. Sou um vereador à moda antiga", disse Antonio Cabrera (PSB).

"Tenho minha assessoria, por isso não preciso", frisou Fábio Landi (PSD).

O líder da bancada do DEM, Mauro Miaguti, não devolveu o tablet, mas admitiu que o aparelho está guardado em seu gabinete e sem uso. "No meu telefone (celular) eu tenho agenda, internet e contatos. Portanto, acabo não utilizando."

Já Ivanildo Santana (PTB) disse que não leva o tablet ao plenário da Casa, mas o utiliza em seu gabinete ou quando faz visitas a munícipes.

Minami não retornou os contados feitos pela equipe do Diário.