Cotado para assumir a Secretaria de Segurança Pública de São Caetano no governo do prefeito eleito Paulo Pinheiro (PMDB), o coronel José Quesada (PMDB) nega sua indicação para o setor, mas já planeja ações efetivas à frente da Pasta.

O peemedebista disse estar à disposição de Pinheiro e que, caso não seja o escolhido, irá auxiliar os trabalhos de Segurança na cidade de qualquer jeito. "Temos de dar resposta muito rápida para a população. Segurança é uma das prioridades. Estou me preparando para não termos problemas no Carnaval e corridas do começo do ano", comentou.

Policial militar reformado, Quesada afirmou pertencer a grupo que desenvolveu ações contra o crime no plano de governo do prefeito eleito. "Não importa se serei o escolhido (para chefiar a Pasta). Vou trabalhar e ajudar. Estou à disposição do grupo."

A análise foi feita ao lado de Pinheiro. O futuro comandante do Palácio da Cerâmica evitou o assunto e manteve a postura de anunciar os nomes somente em dezembro para evitar desconforto com os aliados.

Quesada disputou o cargo de vereador na eleição e é ligado ao ex-comandante da Polícia Militar em São Caetano e atual capitão em São Bernardo, Robinson Castropil - que foi cogitado para ocupar a vice de Pinheiro antes do pleito, posto que ficou com a educadora Lucia Dal'Mas.

Apesar de preterido para dividir a chapa, Castropil não abdicou de ajudar o candidato do PMDB. Por isso, ganhou pontos com o prefeito eleito e a missão de indicar o secretário de Segurança. Pela proximidade, Quesada se tornou favorito nos bastidores políticos.

Pinheiro confirmou somente sua filha, Gica Pinheiro, no primeiro escalão do futuro governo. Ela atuará como assessora especial, mesmo trabalho executado atualmente por Marcelo Auricchio, irmão do prefeito José Auricchio Júnior (PTB).

HISTÓRICO CONTURBADO

Antes do processo eleitoral, Castropil se envolveu em polêmica com o prefeito. O policial criticou publicamente a Prefeitura, dizendo que não havia atenção do Palácio da Cerâmica com a Polícia Militar. Durante período de convenções partidárias, inclinou apoio a Pinheiro a despeito de Auricchio ter indicado Regina Maura Zetone (PTB) para defender a continuidade do projeto governista.

Auricchio, por sua vez, reclamou que a Segurança na cidade foi prejudicada pelo envolvimento político da corporação e alegou ter recorrido ao governo do Estado para a troca do comando. Castropil, no entanto, garantiu que esse movimento não existiu. Ele disse ter pedido para deixar o comando da Polícia Militar em São Caetano quando a campanha eleitoral começou. Justamente para evitar que o trabalho fosse prejudicado.

Além da secretaria, o grupo tem chance de assumir o comando da GCM (Guarda Civil Municipal). Há forças contrárias no bloco a uma administração militar à frente da guarda. A ideia é a de que essa atitude confundiria os papéis da força municipal com o perfil da Polícia Militar.