Economia Titulo Produção
Indústria reage no terceiro trimestre
Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
01/11/2012 | 07:18
Compartilhar notícia


Depois de cinco trimestres seguidos de queda, a atividade industrial no Estado de São Paulo mostrou sinais de recuperação, ao crescer 1,2% de julho a setembro frente aos três meses anteriores, apontou pesquisa da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo). Houve, também, expansão da produção em setembro (de 0,2%) frente a agosto.

A reação é motivada principalmente pela melhora nas vendas do setor automobilístico, que foram impulsionadas pelas medidas de incentivo lançadas pelo governo - entre as quais a redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) anunciada no fim de maio e que iria durar até outubro, mas foi estendida até dezembro.

QUEDA - Apesar dos números mais favoráveis nos últimos meses, no acumulado do ano (janeiro a setembro) as fabricantes seguem com ritmo inferior (5,9%) na comparação com igual período de 2012. Essa variação negativa é a segunda maior de toda a série histórica do levantamento, iniciado em 2003. Só perde para 2009, ano em que a indústria sentiu com mais intensidade o impacto da crise de crédito global.

Para o diretor do departamento de pesquisas e estudos econômicos da Fiesp, Paulo Francini, medidas como a redução da taxa Selic para níveis mais baixos da história, o controle sobre o spread e intervenções para elevar o patamar do dólar versus o real estão na direção correta, mas a indústria não conseguiu reagir neste ano com a força que se esperava dado o aprofundamento da desindustrialização no País.

A economista Cristina Reis, que é consultora do Iedi (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial), concorda que o governo fez ações que refletiram favoravelmente, como a diminuição do IPI e o pacote de investimentos, que são importantes nesse cenário de demanda retraída no Exterior.

Porém, representantes das fabricantes assinalam que há muito a melhorar. "O cenário continua nebuloso", observa o diretor titular da regional do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) de Santo André, Emanuel Teixeira. Segundo ele, ainda há dificuldades para a competitividade do produto nacional que não foram enfrentadas, como a alta carga tributária, burocracia excessiva e elevados custos de logística.

 

Autopeças devem fechar o ano com queda de 4% no faturamento

Apesar da melhora na demanda da indústria no terceiro trimestre, diversos segmentos devem fechar o ano com desempenho negativo frente a 2011. É o caso do setor de autopeças, que deve encerrar 2012 com faturamento de US$ 45,28 bilhões, valor 17,2% inferior ao registrado em 2011. Em reais, a queda deve ser de 4%, totalizando R$ 87,84 bilhões. Essas são estimativas do Sindipeças (Sindicato Nacional das Indústrias de Componentes para Veículos Automotores).

O diretor da regional do Ciesp de Santo André, Emanuel Teixeira, que é empresário do ramo de autopeças, cita que, apesar da maior produção de carros, as montadoras têm exigido dos fornecedores locais preços internacionais difíceis de se alcançar, por causa do custo Brasil. Com isso, tem crescido a importação. De janeiro a agosto, a entrada de itens do Exterior cresceu 4%.

Para 2013, no entanto, o Sindipeças trabalha com estimativa de crescimento do setor, embora em percentual menor que o da queda neste ano. Ainda segundo a entidade, os investimentos das empresas do ramo devem somar US$ 1,39 bilhão em 2012 e US$ 1,87 bilhão em 2013. Os valores ainda são distantes dos US$ 2,42 bilhões investidos em 2011. Quanto ao número de empregos diretos, a estimativa é de queda de 4,2%, para 219,9 mil, neste ano, e de recuperação de 3,2% em 2013, para 226,8 mil.

 

 




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;