Economia Titulo Serviços
Fim da TV analógica
melhora caminho a
empresas de telefonia

Operadoras teriam custos menores ao ofertar 4G na
frequência da TV; estudo será entregue em 12 meses

Pedro Souza
Do Diário do Grande ABC
30/10/2012 | 07:19
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O sinal analógico de televisão está com os dias contados. O Ministério das Comunicações pretende desligá-lo. Dessa maneira, o governo abre espaço para a TV digital, que oferece maior qualidade no som e na imagem e, de quebra, deve tirar um muro do caminho das operadoras de telefonia móvel.

Especialistas do ministério terão 12 meses para entregar um estudo, com cronograma, para tirar do ar a TV analógica. Mas, para isso, esse grupo deverá encontrar soluções seguindo diretrizes, como garantir o acesso de famílias de baixa renda à televisão digital e informar a população sobre os eventos de desligamento do sistema analógico. Hoje, as televisões devem ter conversores para reproduzir os sinais digitais.

Quanto mais rápido esse desenvolvimento ocorrer, melhor para as operadoras de telefonia. Essas empresas têm prazo até dezembro de 2016 para montar a infraestrutura do sinal telefônico 4G, que é cerca de 20 vezes mais rápido do que o atual 3G, quando o assunto é transferência de dados pela internet em celulares. E, para as gigantes do setor, as ondas da TV analógica nacional são ideais para o 4G.

Por aqui, a frequência utilizada no sinal da televisão analógica é de 700 MHz (megahertz). É a mesma que as operadoras de telefonia dos Estados Unidos estão usando para emitir seus sinais 4G para os celulares. No Brasil, a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) disponibilizou, por enquanto, apenas a faixa de 2,5 GHz (gigahertz). Segundo o professor de Segurança Aplicada da Fiap Luís Mateus da Silva Matos, "provavelmente as operadoras estão lutando para terem direito de oferecerem o 4G por 700 MHz".

A conta do problema é simples. Quanto menor a distância de emissão de sinal, maior o investimento em equipamentos para atender a cobertura obrigatória, que no fim de 2016 será de 80% de todas as áreas urbanas das cidades com mais de 100 mil habitantes. "Se a freqüência é menor (700 MHz é o mesmo que 28% de 2,5 GHz), a antena emite o sinal mais longe", disse Matos, destacando que este é o motivo para a preferência pelo padrão norte-americano.

Nas contas do gerente operacional de gerenciamento de informações técnicas da Anatel, Felipe Roberto de Lima, as operadoras deverão aumentar, no mínimo, em 50% o número de antenas. Mas o professor do curso de Engenharia de Computação do Instituto Mauá de Tecnologia João Carlos Lopes Fernandes vai além. Ele prevê que as empresas terão de elevar em até cinco vezes o número de equipamentos emissores de sinal.

A frequência dos celulares no País fica entre 800 MHz e 1,8 GHz, com a 3G indo até 2,1 GHz. Neste caso, a cobertura por antena atinge entre cinco e 20 quilômetros de raio. Já na 4G brasileira, em 2,5 GHz, a área de abrangência é de 400 metros a dois quilômetros.

 




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