Política Titulo Câmara Municipal
Volpi tenta impedir eleição de Banha para presidente
Cynthia Tavares
do Diário do Grande ABC
28/10/2012 | 07:39
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Edson Savietto (PDT), vereador de Ribeirão Pires, estava com a mão na presidência da Câmara, mas uma reunião na ala governista mudou o destino do pedetista. Fontes ouvidas pelo Diário garantem que o prefeito Clóvis Volpi (PV) trabalha para que o ex-aliado não comande a Casa pelos próximos dois anos.

A mágoa do chefe do Executivo vem da época da eleição municipal, quando o PDT, presidido por Banha, saiu da ala governista para integrar a coligação de Maria Inês Soares (PT). No reduto do governo, o vereador chegou a ser chamado de "traidor". Na análise dos governistas, faltou empenho do pedetista em articular a permanência na base.

Para evitar que Banha ganhe força, Volpi já articula a eleição de Jorginho da Autoescola (DEM), conforme publicado pelo Diário ontem. "Pelo que vi no jornal, ele (prefeito) quer fazer alguém do grupo dele", ponderou o pedetista, que rechaçou problemas de relacionamento com o chefe do Executivo.

Entre os vereadores reeleitos, o nome Banha era ventilado como favorito do grupo. Banha já comandou o Parlamento local no biênio 2008-2009. Os vereadores gostaram da maneira como colega administrou a Casa.

Porém, os quatro reeleitos não garantem a escolha do pedetista. São necessários nove votos para conquistar o posto. Banha tem a seu favor os vereadores que não conseguiram a reeleição (que ajudam nas conversas, mas não estarão na decisão do presidente), como o atual líder da Câmara, Gerson Constantino (PSD), que foi vice na chapa petista na disputa pelo Paço.

Como o grupo do governo elegeu nove parlamentares, sendo cinco novatos, Banha contava com esses votos para ser eleito sem precisar do apoio do futuro prefeito da cidade, Saulo Benevides (PMDB).

O pedetista afirmou que a presidência deve ser algo que ocorra naturalmente. "Não estou articulando. Os vereadores têm me procurado, mas não é algo que desejo de qualquer jeito", disse.

 

Reunião para ‘enquadrar' vereadores será nesta semana

Ao que tudo indica, Volpi irá chamar sete vereadores eleitos pela coligação do governo para uma conversa. A data ainda não foi definida, mas interlocutores da administração garantem que o encontro será nesta semana.

O objetivo da reunião será reforçar o pedido de união do bloco feito pelos presidentes do PR, Nonô Nardelli, e do PV, José Valentim Seraphim, na semana passada.

A intenção da atual administração é criar um grupo de sete parlamentares (três do PR, dois do PV e dois do PPS) que adote postura independente à administração de Saulo Benevides (PMDB).

Com sete votos, o bloco não conseguirá atrapalhar votação de projetos, pois não conta com maioria absoluta (12 votos). Mas, sete parlamentares podem fazer barulho no Legislativo e dar trabalho na articulação de Koiti Takaki, indicado de Saulo para fazer o elo do Executivo com o Legislativo.

A coligação apoiada pelo atual prefeito emplacou nove parlamentares na Casa, mas Jorginho e Arnaldo Sapateiro (PSB) declararam apoio ao PMDB dois dias após a eleição, o que enfraqueceu a articulação de Volpi.

O encontro dos governistas também pretende conter a debandada de parlamentares para a trincheiras peemedebista. Saulo já procurou de maneira incisiva os dois vereadores eleitos pelo PV: Gê do Aliança e Mercedes D'Orto.

Nonô e Seraphim deixaram claro que desejam obediência dos vereadores. CT




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