Os cursos mais cobiçados entre os concurseiros ainda não tiveram liberados seus editais, mas o atrativo salarial já alvoroça os interessados. São vagas para analistas da Receita Federal e do Ministério da Fazenda que lideram a cobiça dos que buscam estabilidade e altos salários. E não é para pouco: o salário de entrada nessas funções é de R$ 13.904 para ambos os órgãos (veja a arte). Atentos a isso, e ao fato que o repertório de oportunidades não é baixo, alunos já se planejam até para a prova.

É o caso de Anelisa Zerlim, 28 anos, de Santo André. Cansada de trabalhar como gerente administrativa na empresa do pai, em Diadema, decidiu ter uma vida mais tranquila. Começou fazendo o que o professor Fernando Costa desaconselha - abandonou o emprego para se dedicar integralmente aos estudos. Mas isso se justifica. Para ela era necessário dedicação maior aos conteúdos que aprende no período matutino, em Santo André.

Mas ela segue à risca as demais dicas. Bem distribuída, sua programação conta com três horas e meia de estudos, mas a novela das sete e o cineminha não foram descartados. Costa atesta: "A cabeça para de funcionar após muitas horas de estudos, por isso o lazer é importante. Mas é um descanso breve, e uma dica é mudar o tema a ser estudado, porque isso exige áreas diferentes do cérebro, que estavam descansadas."

Anelisa começou achando que seria melhor concorrer a vaga no INSS, mas opta agora por ser analista da Receita, cujo salário faz seus olhos brilharem. "Escolhi justamente o que parece ser o mais difícil, mas estou animada."

A corretora de imóveis de São Bernardo, Rita Eliane Cassettari, 54 anos, não vai desistir de uma vaga no INSS. Ela é outra candidata que afirma que não há idade para o aprendizado. "Vou para o curso e me foco nas matérias mais difíceis, como legislação e tributos, que são mais técnicas."