Política Titulo Eleições
Aidan e Grana trocam
acusações em debate

Em primeiro confronto direto no 2º turno entre prefeituráveis
de Santo André, clima esquenta em evento na sede do Diário

Fábio Martins
Do Diário do Grande ABC
23/10/2012 | 08:55
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No primeiro confronto direto do segundo turno entre o prefeito de Santo André, Aidan Ravin (PTB), candidato à reeleição, e o postulante do PT, deputado estadual Carlos Grana, o clima ficou quente com troca de acusações norteando o debate realizado ontem na sede do Diário. Os ataques do petebista foram marcados pelas recorrentes citações de que Grana moraria em Ribeirão Pires, enquanto o petista pautou a ofensiva ao afirmar que Aidan faz a pior gestão da história.

A seis dias da eleição, o ambiente de ‘guerra' era aguardado, seguindo pouco pela linha de propostas. Voltando a comparecer em debates após participar em um de cinco no primeiro turno, Aidan foi mais incisivo nas respostas, usando arsenal na tentativa de reverter quadro desfavorável, configurado nas pesquisas de intenções de voto da etapa final. Grana, por sua vez, utilizou a artilharia de números para desqualificar o governo, tantando expor "incompetência e falta de projetos".

Já na primeira oportunidade, o petebista afirmou que Grana declarou no Imposto de Renda de 2010, quando se candidatou à Assembleia Legislativa, que possui residência em Ribeirão Pires, sustentando que ele alugou apartamento em Santo André há um ano para disputar o processo eleitoral. "Ele não sabe da realidade da cidade porque não mora aqui."

Por outro lado, Grana baseou-se no fato de que a Justiça Eleitoral não liberaria sua candidatura se houvesse informação contraditória no TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Ele convidou, inclusive, o prefeito para tomar café em sua residência, na Vila Bastos. "Se não fosse comprovada a moradia, a candidatura poderia ser impugnada, assim como a do Celso Russomanno (à época no PP, quando concorreu no pleito de 2000)", alegou, completando que o prefeito usa a tática da mentira para virar verdade. "Fiquei somente um período em Ribeirão. E ele passou mais tempo fora quando foi estudar fora, no Rio de Janeiro."

Aidan avaliou que o adversário veio despreparado ao debate por utilizar o material impresso para falar sobre suas propostas. O petista, segundo o prefeito, fugiu de apresentar o plano de governo, não conseguindo aprofundar sobre Saúde.

Grana insistiu na tese de que o prefeito fez pouco pela cidade, passando vergonha por executar "governo medíocre". Ao ouvir de Aidan que o PT deixou dívida de R$ 1,7 bilhão do Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André) com a Sabesp, o deputado argumentou que o prefeito não tem direito de falar sobre "pegar dinheiro", relembrando o recente escândalo da autarquia. "Quem fez a denúncia não é do meu partido (foi ex-diretor do Semasa). Está sob investigação do Ministério Público."

Prefeito pede voto e deputado exalta aliados

Nas considerações finais, o candidato à Prefeitura de Santo André pelo PTB, Aidan Ravin, pediu atenção dos eleitores que votaram nulo e branco (92 mil). Já o pleiteante do PT, Carlos Grana, destacou a busca por governo de coalizão, exaltando a atração de aliados à candidatura.

O chefe do Executivo terminou o debate pedindo votos de quem não participou diretamente do pleito, além do eleitorado que preferiu os demais quatro postulantes derrotados ao Paço. Aidan focou atenção especial aos 33 mil votos em branco, 58 mil votos nulos e 98 mil abstenções. "Vamos colocar a mão na consciência, comparar os candidatos. Estou em Santo André, sempre estive e fiz trabalho como médico, pessoa e agora como prefeito."

Mesmo atrás no primeiro turno, com 20 mil votos a menos do que o petista ao amealhar 135 mil sufrágios, Aidan agradeceu a "votação expressiva", avaliando que teve crescimento nos números se comparado ao primeiro turno de 2008 - ele teve 81 mil votos naquela oportunidade. "Tive 70% a mais de reconhecimento na cidade", argumentou, desconsiderando que há quatro anos era oposição e hoje defende o próprio governo.

Grana, por sua vez, elencou as lideranças que subirão em seu palanque, ao considerar o apoio do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que desembarcou em duas ocasiões na cidade, de quatro ministros e dos ex-prefeituráveis Raimundo Salles (PDT), terceiro colocado nas urnas, e Alexandre Flaquer (PRTB).

O deputado estadual fez questão de salientar que tem "orgulho de ser do PT de Lula e da presidente Dilma Rousseff", completando que o prefeito Aidan Ravin, por desespero, utiliza o expediente da calúnia, falando bobagem. "Além disso, represento leque de partidos que estão ao meu lado."

Grana realçou que espera que a verdade seja estabelecida nessa reta final de campanha, pedindo compromisso do adversário quanto a publicação de materiais apócrifos.

Quando soou a campainha para fim do combate frente a frente, os dois se cumprimentaram e conversaram por alguns instantes. Entretanto, o clima não ficou ameno com o diálogo, ficando evidente as rusgas resultantes das acusações e ataques mútuos feitos durante toda a campanha.




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