O ex-deputado estadual José Augusto da Silva Ramos (PSDB) deu o pontapé inicial para esquentar o clima eleitoral em Diadema a 11 meses da eleição municipal. O tucano, que tentará retornar ao comando da Prefeitura pela quinta vez consecutiva, acusou o prefeito Mário Reali (PT) e o PT de agraciarem seus antigos aliados com cargos no poder público.

"Vou enfrentar uma campanha de uma forma desigual. Ele (Reali) utiliza o espaço público, emprega as pessoas e desorganiza meu grupo. Compra, porque o que ele faz é uma forma de comprar as lideranças, oferecendo favores. Isso é uma atitude que a direita mais reacionária fazia antes. Justamente o PT, que se diz um partido progressista e revolucionário, pariu um rato", disparou José Augusto.

Segundo o político, o PT atraiu diversos opositores com espaços na administração. "Tem de haver, pelo poder público e Poder Judiciário, uma fiscalização sobre utilização de recursos públicos. É um abuso do poder público municipal, do uso da máquina. Todos os suplentes do meu partido, de 2004 e 2008, são funcionários públicos, para votarem e trabalharem para eles", reclamou.

O caso mais emblemático de troca de aliança aconteceu com o PSB. A legenda preencheu a chapa do PSDB nos dois últimos pleitos, com Manoel José da Silva, o Adelson, sendo vice de José Augusto. Adelson, hoje, é secretário de Segurança Alimentar e aliado de primeira hora de Reali. "É uma questão lamentável. Se o Mário me chamasse para fazer parte do governo dele, eu recusaria. Se eu apoiasse o que ele faz, eu o teria apoiado e não seria candidato contra ele."

O presidente do PT de Diadema, Josemundo Queiroz, o Josa, rebateu as declarações de José Augusto. Disse que o tucano mostra desespero às vésperas de mais uma eleição, afirmou que o PT conquistou apoios pelo projeto político e não pela oferta de cargos e garantiu que o isolamento de José Augusto aconteceu por culpa do próprio tucano. "O PT não pode ser culpado por Zé Augusto ser um péssimo cumpridor de acordos."

EXPECTATIVA
José Augusto começa a definir o tom que utilizará na campanha em 2012. O ex-deputado tentará explorar o fato de a gestão Reali não ter cumprido promessas em 2008, como assegurar que não municipalizaria as escolas públicas, não venderia a Saned para o governo do Estado e nem privatizaria a Empresa de Transportes Públicos de Diadema.