Ex-coordenador da campanha do PTB são-caetanense, Luiz Capovilla Tortorello, filho do prefeito Luiz Tortorello (morto em 2004), começou a organizar grupo político com 90 candidatos a vereador derrotados nesta eleição. O bloco tenta se formar como força política para manter o nome da família vivo no cenário e dialogar com o próximo governo de Paulo Pinheiro (PMDB).

Luizinho negou que o grupo estaria focado em angariar espaço na gestão do PMDB e usaria como moeda de troca desistência de uma eventual candidatura ao Palácio da Cerâmica em 2016, conforme foi ventilado nos bastidores. Porém, não descarta a possibilidade. "Nós vamos trabalhar pelo mesmo objetivo, que é o bem de São Caetano. Não tem porque não conversar. Se recebermos o convite, vamos sentar e avaliar", explicou.

Segundo o petebista, ele e Pinheiro já tiveram uma primeira conversa. "Em momento algum tocamos no assunto (cargos). Mas o grupo não tem nenhum impedimento em estarmos com ele."

Sobre a possível candidatura bancada pelo bloco, o petebista disse que ainda é cedo para definições. "Quando um grupo ganha a eleição, já começa a se discutir quem é o próximo, o sucessor. Ao longo desses quatro anos vão surgir lideranças dentro do nosso conjunto, mas ainda é cedo."

Nas contas do petebista, o grupo, que soma 90 ex-candidatos a vereador dos 19 partidos que foram aliados do PTB, obteve 24,2 mil votos nesta eleição. Luizinho vai oferecer graduação política para os participantes. "Queremos fazer palestras quinzenais com eles. Quem está para me responder se virá para falar sobre o primeiro tema, Educação, é o (terceiro colocado na disputa pelo Paço da Capital) Gabriel Chalita (PMDB). Antes de ser político ele é um educador", observou.

O nome da família está fora de cargos eletivos desde que o irmão, Marquinho Tortorello, perdeu a reeleição para deputado estadual em 2006. A irmã, Marta, foi candidata a vereadora pelo PPS sem sucesso. Os tios Jayme (PT) e Pádua (PSC) continuam atividades, porém, o petista tentou cadeira na Câmara e foi derrotado. O socialista-cristão tinha pretensão de disputar o Paço e sucumbiu ao apoio à Regina.

Durante a campanha em que o PTB contabilizou derrota, com a assessora especial da Prefeitura, Regina Maura Zetone, na cabeça da chapa, o então coordenador Luizinho foi muito criticado pelos candidatos. "Fiz 100% para ajudá-los, mas, infelizmente, para eles, chegou a 50%", analisou. Apesar da queixa, as quatro coligações proporcionais com 19 siglas aliadas em torno da petebista fizeram 15 das 19 cadeiras no Legislativo.