A prorrogação do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) reduzido para os carros, incentivo que terminaria em agosto e agora vale até dia 31 deste mês, não está se mostrando suficiente para manter aquecidas as vendas de veículos novos.

Na primeira metade (dos dias úteis) de outubro, os emplacamentos de automóveis e comerciais leves zero-quilômetro caíram 10% frente ao mesmo período de setembro. Se forem incluídos nessa conta também caminhões e ônibus, a redução é de 9,4%.

Somando essas quatro categorias, foram comercializadas 156 mil unidades no início do mês. Com o resultado, divulgado ontem pela Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores), representantes do setor apostam as fichas em uma reação nos últimos dias de validade do incentivo tributário.

Essa é a expectativa do presidente do Sincodiv-SP (Sindicato das Concessionárias e Distribuidoras de Veículos no Estado de São Paulo), Octávio Vallejo. Ele avalia que vários fatores contribuíram para o desempenho fraco no início do mês, entre os quais a antecipação de compras em agosto. Isso porque muitos consumidores correram para aproveitar os descontos oferecidos com o IPI reduzido por imaginarem que esse benefício terminaria em 31 de agosto. Esse fator pode ter atrapalhado, cita Edneia Vedovato, gerente de concessionária localizada em São Bernardo. "Vamos aguardar que melhore", diz. Para ela, o período eleitoral e o feriado também podem ter desviado as atenções do consumidor.

Vallejo afirma ainda que há vários lançamentos ocorrendo e que o Salão Internacional do Automóvel (que vai do dia 24 até 4 de novembro) cria a expectativa em relação a novos produtos, o que estaria levando parte do público a adiar a decisão de compra.

CAMINHÕES

A boa notícia, para o setor, foi a reação nas vendas de caminhões neste início do mês, com crescimento de 12% frente à metade inicial de setembro. Lojistas de redes de veículos de carga dizem que a procura cresceu a partir da regulamentação da nova linha de crédito do Finame-PSI, do BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social), que passou a oferecer juros de 2,5% ao ano (condição de financiamento que vale só até dezembro). A taxa anterior era 5,5%.