Os pais que ainda não fizeram a matrícula de seus filhos para o ano letivo de 2013 têm como efetuar o pagamento com desconto - mesmo com o benefício tendo sido oferecido, em muitas instituições, em agosto. O abatimento no valor integral não é obrigatório, portanto, não são todas as escolas da região que o oferecem. Muitas, porém, ainda disponibilizam a possibilidade de quitar a 13ª mensalidade (que embora seja ilegal se não for justificada, é amplamente adotada) com redução de 10% a 20%.

De acordo com a diretora interina da Associação das Escolas Particulares do Grande ABC, Valdineia Cavalaro, tudo é questão de negociação, por isso é importante que os pais que ainda não efetuaram o pagamento procurem os colégios para tentar abatimento no preço. "As escolas que têm mais vagas geralmente oferecem mais descontos para preenchê-las, mas também porque o quanto antes souberem quantos alunos permanecerão no próximo ano, melhor elas se programam, e já fazem o cálculo de quantas vagas remanescentes elas poderão oferecer a novos estudantes."

A escola de Educação Infantil Estímulo, de Santo André, é adepta à conversa entre pais e educadores. "Neste mês consideramos a possibilidade de desconto entre 10% e 20% e com parcelamento até dezembro. Quem fez a matrícula até início de setembro, porém, teve abatimento de 40%", conta a proprietária da instituição, Paula Chiconi Cozza Rosa.

Ela destaca que a escola busca antecipar e facilitar o pagamento para não acumular com as contas de início de ano, como IPVA e IPTU.

No Colégio Barão de Mauá, que vai da Educação Infantil ao Ensino Médio e Técnico, na cidade homônima, o desconto partiu de 20% em setembro e, hoje, está em 15%. "É como se o aluno perdesse o desconto da primeira parcela. E quem pagar neste mês ainda pode parcelar o restante em duas vezes", ressalta a gerente administrativa Soraia Sleiman.

Em São Bernardo, no Externato Rio Branco, os pais ainda conseguem neste mês redução entre 10% e 15% na matrícula - em agosto eram 20%. Em novembro, porém, não haverá mais abatimento. "É importante que os que tiverem dificuldade venham conversar conosco. Se não se manifestarem, não saberemos dos problemas", aponta a diretora Maria Augusta Paranhos Faro.

Ela defende que os descontos não podem ser muito maiores porque a escola possui limitação por conta de seus gastos. "Tanto que, em instituições que oferecem grandes reduções, os pais devem desconfiar, pois algo pode estar sendo prejudicado no ensino."

Antecipar 13º salário é opção para quem está sem recursos

Pais que gostariam de garantir a vaga de seus filhos para o ano que vem, mas não têm recursos, podem aderir a alternativas e ter um pouco mais de sossego. Os que possuem 13º salário a receber no fim do ano podem consultar o banco para verificar a possibilidade de antecipar o benefício. Como se tem a garantia de recebimento, os juros costumam ser bem menores do que os de outras modalidades, como crédito pessoal, girando em torno de 1% a 2% ao mês, ante 3% a 6%.

O consultor financeiro Mauro Calil elaborou simulação, a pedido da equipe do Diário, para ver se o empréstimo vale a pena. Considerando que a matrícula custe R$ 700, e o desconto seja de 10%, com o dinheiro na mão o valor cai para R$ 630. Descontando os juros hipotéticos de 1% ao mês, o montante a ser pago à instituição financeira será de R$ 642. Ou seja, haverá economia de R$ 58. "Isso equivale a ganho de 8% em dois meses. Não há investimento que garanta esse retorno."

Calil orienta, porém, que se façam as contas antes de aderir ao financiamento. "É preciso também lembrar que, em dezembro, o valor do 13º virá com o abatimento do montante antecipado para não comprometer o dinheiro que já foi usado para o pagamento da matrícula escolar."

O consultor ressalta também que, se os pais não tiverem 13º a receber, podem cotar outras linhas de financiamento mas, devido à taxa de adesão e pelo fato de normalmente os bancos serem relutantes em fazer empréstimo para ser quitado em menos de 12 meses, a taxa pode subir. "Ainda assim, mesmo que seja de 3,5%, por exemplo, vale a pena simular", afirma. "Quem trabalha em grandes empresas que têm cooperativa de crédito, pode cotar o empréstimo no local, pois geralmente as taxas são menores."