O tempo chuvoso na tarde de ontem não contribuiu para que os consumidores fossem às lojas do Centro de Santo André e São Bernardo. Na véspera do Dia das Crianças, os poucos clientes que passavam pelo calçadão da Oliveira Lima até entravam nos comércios, mas apenas para pesquisar preço. "Não decidi o presente ainda", contou a dona de casa Ana Paula Bernini, 26 anos, que tem dois filhos.

O autônomo Luiz de Oliveira, 42, estava achando tudo muito caro. "Vou precisar rodar mais lojas. Qualquer brinquedinho não sai por menos de R$ 69,90. Imagine eu, que tenho três filhos e cinco sobrinhos. Não dá para gastar tanto. O Natal está aí", comentou.

A aposentada Maria Sorentino, 62, optou pelas lembrancinhas. Ela vai presentear os dois sobrinhos-netos com brinquedos entre R$ 9 e R$ 15. "São esses carrinhos mais simples. Não se pode gastar muito nesta época", orientou.

A supervisora de vendas da Casamania (lojas com 15 mil itens) Mari Santiago reclamava da falta de clientes. "Devido à chuva o movimento está fraco. Espero que amanhã (hoje) possamos vender em dobro." No entanto, a previsão do tempo mostra que hoje também será um dia chuvoso, para desespero dos lojistas.

A Maisvaldir estava com um pouco mais de clientes. Segundo a gerência, a expectativa para hoje é grande porque as pessoas sempre deixam para última hora e acabam dando alguma lembrancinha.

Em São Bernardo, o gerente da Pixolé Infantil Calçados decidiu abrir a unidade hoje. "Antes a previsão era de não trabalharmos. Mas agora, mesmo com chuva, vamos abrir. O movimento não está ruim, estamos vendendo, mas acho que amanhã (hoje) será melhor." O tíquete médio alcança R$ 200 - valor elevado se comparado com o desempenho das demais lojas da região.

Os funcionários da Magazine Luiza, rede de brinquedos, eletroeletrônicos, móveis e artigos eletrônicos comemoravam os resultados. "Ao longo desta semana tivemos crescimento de 30% no fluxo de pessoas. Mas, sem dúvida, na sexta-feira (hoje) teremos maior movimento", conta um vendedor que não quis ser identificado.

Lojistas de shoppings projetam expansão de 15% no faturamento. O índice é esperado pelos comerciantes do Shopping Praça da Moça, em Diadema, e pelo Mauá Plaza Shopping, por exemplo. Já representantes do comércio de rua da região são mais cautelosos em comparação com os centros de compras. Segundo o presidente da Acisbec (Associação Comercial e Industrial de São Bernardo), Valter Moura, é esperada alta entre 4% e 5%. Já o presidente da SOL (Sociedade Oliveira Lima), Helio Faber, aposta que as comercializações no Dia das Crianças repitam o desempenho de 2011. "Não será maior. As pessoas vão poupar para o Natal". O tíquete médio estimado para a data é de R$ 80.