O PR de Ribeirão Pires foi o partido mais votado na chapa proporcional. A legenda angariou 9.528 votos e conseguiu eleger três vereadores, maior bancada da Câmara. Diante de tanto respaldo, as lideranças partidárias começam a pensar no futuro e acreditam que a independência em relação ao governo Saulo Benevides (PMDB) é a melhor saída.

A legenda conseguiu reeleger a vereadora Diva do Posto e emplacou Gabriel Eid Roncon - segundo candidato mais votado com 1.163 sufrágios - e Hércules Giarola, que vem logo atrás do correligionário no ranking com 1.152 votos. A legenda não conseguiu eleger postulantes tradicionais nas eleições e apontados como favoritos na disputa: Basílio de Hollanda, Donata Cabeleireiro e Professor Amaury. A coligação proporcional foi feita com o PTB. A aliança impediu a reeleição de Antonio Muraki (PTB), atual líder do governo e que estava no quarto mandato como parlamentar.

Com a representatividade, as conversas sobre o posicionamento da legenda na Câmara iniciaram no dia seguinte ao pleito. Segundo fontes ouvidas pelo Diário, o caminho natural do partido, que estava aliado ao candidato da administração Edinaldo de Menezes, o Dedé (PPS), será formar um bloco de centro.

Gabriel ressaltou que a bancada da legenda caminhará num único sentido, diferentemente do que ocorre atualmente - Diva é defensora fiel do governo, enquanto José Vicente de Abreu, o Vicentinho (PR, que não concorreu à releição), adota postura mais oposicionista. "Temos um peso grande, vamos permanecer unidos", avaliou.

Os republicanos sempre tiveram postura governista por conta da forte ligação com o prefeito Clóvis Volpi (PV). Em 2004, quando ainda era PL, conquistou a vaga de vice na chapa majoritária do verde, que naquele momento conquistava a Prefeitura com poucos partidos aliados. Quatro anos depois, teve amplo apoio da administração, fez dois vereadores e recebeu 6.998 votos, sendo o segundo partido mais votado da proporcional, ficando atrás somente do PV, que na ocasião teve 15.109 e elegeu três nomes. No segundo mandato de Volpi, o PR chegou a ocupar seis Pastas, sendo duas delas estratégicas: Saúde e Governo.

APARAR ARESTAS

O presidente da sigla no município, Nonô Nardelli, afirmou que pretende oxigenar a legenda para prosseguir com o crescimento constatado nas eleições deste ano. "O partido deve passar por uma reformulação. No mês que vem, pretendo fazer a primeira reunião para iniciar esse processo", destacou o líder do diretório.

Nonô admitiu que analisa sua permanência no comando da agremiação na cidade, cargo que ocupa há cerca de dez anos. "Talvez possa haver uma mudança, quem sabe. Tudo precisa ser conversado. Mas desejo fazer essa reformulação e seguir com minha vida partidária de forma mais atuante", garantiu o presidente republicano, que atualmente se divide entre a função de comandar a legenda e o cargo de secretário de Governo na administração de Clóvis Volpi.

O comandante do PR reiterou que a mudança na estrutura do partido no município se tornou essencial neste momento e sua saída da presidência pode ser parte deste processo. "Todas as pessoas estão de passagem pelos lugares", justificou o republicano.

SUCESSO NA REGIÃO

Nonô, que também é integrante do diretório estadual do PR, comemorou o desempenho da legenda no Grande ABC. O partido aumentou de quatro para dez cadeiras no Legislativo das sete cidades. Em Diadema, conseguiu passar de uma para três vagas. Em Ribeirão, a bancada tinha dois vereadores e a partir de 2013 terá três parlamentares. Nas cidades de São Bernardo e Mauá, o PR conquistou uma cadeira, espaço que não obteve nesta legislatura. O partido manteve a vaga solitária na Câmara de São Caetano. "O PR está forte e a tendência é que haja uma ascensão. Estamos felizes com o resultado", ressaltou Nonô.