Economia Titulo Setor financeiro
Ministério da Justiça vai
monitorar tarifas bancárias

Instituições financeiras negam que estejam encarecendo os
serviços prestados para poder compensar os juros em queda

Pedro Souza
Do Diário do Grande ABC
07/10/2012 | 07:24
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O MJ (Ministério da Justiça) apresentou, na semana passada, sua preocupação quanto às tarifas cobradas pelos bancos em suas operações e serviços. A Senacon (Secretaria Nacional do Consumidor do MJ) afirmou que começará a avaliar, de perto, os preços fixados pelas instituições financeiras.

O objetivo da secretaria é criar um mecanismo para que os bancos, de forma padronizada, tornem públicos e visíveis todos os custos que os clientes têm quando utilizam os serviços.

O governo também está atento ao preço final do crédito, denominado CET (Custo Efetivo Total). Existe o receio de que as instituições, compensando as reduções dos juros, elevem a gordura das tarifas incluídas nos empréstimos, o que resultaria em CET maior.

Segundo o MJ, a secretária da Senacon, Juliana Pereira, pretende instituir um mecanismo para que todos os contratos de crédito tenham explícitos os detalhamentos do CET.

SISTEMA

Atualmente, o BC (Banco Central) mantém em seu site um sistema com as tarifas mínimas, médias e máximas cobradas pelos bancos. Mas por serem resultados coletivos, não é possível avaliar se um ou outro cliente foi prejudicado./CW

O Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor) orienta que o consumidor fique atento a tudo que os bancos cobram pelos seus serviços. A entidade aconselha ainda que o cliente reconheça qual é a sua necessidade mensal dos serviços bancários e contrate um pacote que se encaixe neste padrão, para não pagar tarifas sem necessidade.

COMPENSAÇÃO

Sobre uma possível contrapartida pelas reduções dos juros, com aumento de tarifas, a Febraban (Federação Brasileira de Bancos) atesta que "não tem nada a declarar sobre o assunto".

O Banco do Brasil informa que elevou apenas as tarifas do extrato para um período determinado retirado presencialmente e eletronicamente, em abril, antes de anunciar cortes nos juros. O serviço no balcão de atendimento subiu de R$ 1,60 para R$ 2, alta de 25%, e no caixa eletrônico passou de R$ 1,60 para R$ 1,80, acréscimo de 12,5%. Mas afirma que está fora dos planos novos encarecimentos nas tarifas.

O HSBC informa que não aumenta tarifas para compensar juros baixos. A Caixa Econômica Federal diz o mesmo, por meio de nota.

Segundo dados do sistema de informações do BC, entre os seis maiores bancos que atendem as famílias, a instituição pública foi a única com redução de uma tarifa entre abril e outubro. O preço do extrato presencial, para determinado período, caiu de R$ 4 para R$ 2, decréscimo de 50%.

Bradesco, Santander e Itaú Unibanco não se pronunciaram até o fechamento desta edição.




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