Instituições financeiras negam que estejam encarecendo os
serviços prestados para poder compensar os juros em queda
O MJ (Ministério da Justiça) apresentou, na semana passada, sua preocupação quanto às tarifas cobradas pelos bancos em suas operações e serviços. A Senacon (Secretaria Nacional do Consumidor do MJ) afirmou que começará a avaliar, de perto, os preços fixados pelas instituições financeiras.
O objetivo da secretaria é criar um mecanismo para que os bancos, de forma padronizada, tornem públicos e visíveis todos os custos que os clientes têm quando utilizam os serviços.
O governo também está atento ao preço final do crédito, denominado CET (Custo Efetivo Total). Existe o receio de que as instituições, compensando as reduções dos juros, elevem a gordura das tarifas incluídas nos empréstimos, o que resultaria em CET maior.
Segundo o MJ, a secretária da Senacon, Juliana Pereira, pretende instituir um mecanismo para que todos os contratos de crédito tenham explícitos os detalhamentos do CET.
SISTEMA
Atualmente, o BC (Banco Central) mantém em seu site um sistema com as tarifas mínimas, médias e máximas cobradas pelos bancos. Mas por serem resultados coletivos, não é possível avaliar se um ou outro cliente foi prejudicado./CW
O Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor) orienta que o consumidor fique atento a tudo que os bancos cobram pelos seus serviços. A entidade aconselha ainda que o cliente reconheça qual é a sua necessidade mensal dos serviços bancários e contrate um pacote que se encaixe neste padrão, para não pagar tarifas sem necessidade.
COMPENSAÇÃO
Sobre uma possível contrapartida pelas reduções dos juros, com aumento de tarifas, a Febraban (Federação Brasileira de Bancos) atesta que "não tem nada a declarar sobre o assunto".
O Banco do Brasil informa que elevou apenas as tarifas do extrato para um período determinado retirado presencialmente e eletronicamente, em abril, antes de anunciar cortes nos juros. O serviço no balcão de atendimento subiu de R$ 1,60 para R$ 2, alta de 25%, e no caixa eletrônico passou de R$ 1,60 para R$ 1,80, acréscimo de 12,5%. Mas afirma que está fora dos planos novos encarecimentos nas tarifas.
O HSBC informa que não aumenta tarifas para compensar juros baixos. A Caixa Econômica Federal diz o mesmo, por meio de nota.
Segundo dados do sistema de informações do BC, entre os seis maiores bancos que atendem as famílias, a instituição pública foi a única com redução de uma tarifa entre abril e outubro. O preço do extrato presencial, para determinado período, caiu de R$ 4 para R$ 2, decréscimo de 50%.
Bradesco, Santander e Itaú Unibanco não se pronunciaram até o fechamento desta edição.
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